Com epidemia de gripe, buscas no Google sobre vírus disparam

Interesse pelo tema supera o registrado em 2018, quando surto afetou os EUA

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São Paulo

A epidemia de gripe causada pelo vírus Influenza A subtipo H3N2 tem despertado interesse e domina as pesquisas na internet. É o que mostram dados divulgados pelo Google Trends.

Nos últimos sete dias, as consultas pelo vírus em geral saltaram 2.220%, e os termos relacionados à doença também dispararam. O interesse por "gripe h3n2" teve alta de mais de 2.600%, "sintomas da h3n2" registrou aumento de mais de 2.350% e "Influenza h3n2" ultrapassou 1.250%.

Nos sete dias anteriores, o vírus Influenza A subtipo H3N2 já ocupava a liderança desse ranking de consultas de saúde após as buscas pelo vírus passarem de 750%.

Por causa do surto da gripe, pacientes esperam  até cinco horas para fazer exame nas AMAs de São Paulo.  Na imagem, o movimento na AMA Sorocabana, na Lapa, zona oeste da capital paulista
Por causa do surto da gripe, pacientes esperam até cinco horas para fazer exame nas AMAs de São Paulo. Na imagem, o movimento na AMA Sorocabana, na Lapa, zona oeste da capital paulista - Rubens Cavallari - 15.dez.2021/Folhapress

Com a doença se espalhando, a expressão "vacina contra gripe" também foi bastante pesquisada no Google Trends. As buscas subiram mais de 140% nos últimos sete dias, e a vacina é o segundo imunizante mais pesquisado no Brasil, atrás somente do produto contra a Covid-19.

Outras pesquisas relacionadas ao surto de influenza também chamam a atenção: "vacina h3n2 onde tomar" ficou acima de 1.250% nos últimos sete dias, enquanto "a vacina da gripe protege contra h3n2" cresceu mais de 700%.

Segundo a plataforma, o interesse atual no vírus é recorde e maior do que o registrado em abril de 2018, quando um surto do vírus Influenza afetou os EUA e também gerou casos no Brasil. Desde 2004, quando começou a série histórica do Google Trends, não se buscava tanto pelo H3N2 quanto em dezembro de 2021.

Em relação a outros países, nos últimos sete dias, o Brasil foi o que mais pesquisou pelo vírus em todo o mundo —um interesse 50 vezes maior que o registrado no Peru, segundo país mais bem posicionado no ranking.

Nas buscas sobre vacina da gripe o Brasil foi o terceiro país que mais fez pesquisas no Google e fica atrás somente da Finlândia e da Suécia.

Sobre as perguntas mais buscadas sobre vírus Influenza A subtipo H3N2 nos últimos sete dias estão:

O que é H3N2?

O que significa H3N2?

O que tomar para H3N2?

Quanto tempo dura a gripe H3N2?

Como tratar o vírus H3N2?

O que é influenza?

O H3N2 tem vacina?

A vacina H1N1 protege contra o quê?

O que tomar para influenza A?

O que tomar para curar H3N2?

O que é bom para gripe?

O que se sabe da H3N2?

Onde fazer o teste da influenza H3N2?

Como está o surto de H3N2 em São Paulo?

Como saber se eu peguei o H3N2?

No ranking das dúvidas sobre a vacina, no mesmo período, há:

Onde tomar a vacina da gripe?

Quem pode tomar a vacina da gripe?

O que levar para tomar a vacina da gripe?

O que acontece se tomar a vacina da gripe gripado?

A vacina da gripe protege contra o que?

O que precisa para tomar a vacina da gripe?

O que é a vacina da influenza?

Quem não pode tomar vacina da gripe?

Quando posso tomar a vacina da gripe?

Pode beber depois da vacina da gripe?

O ranking não mostra nenhuma pergunta sobre as formas de proteção contra a gripe causada pelo vírus Influenza H3N2. É a mesma do coronavírus: distanciamento físico, uso de máscara, evite aglomerações e permanecer em ambientes fechados e sem ventilação natural.

Por que recorrer à internet?

Para Liliana Seger, doutora em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP e coordenadora do Programa para o Transtorno Explosivo Intermitente do Programa do Ambulatório dos Transtornos do Impulso do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, a pandemia aumentou a ansiedade e o medo da doença e da morte, o que fez com que as pessoas começassem a buscar muito mais a informação.

"O vírus influenza está trazendo internações e isso tem assustado demais as pessoas", afirma.

A segunda razão é que a maioria das pessoas não tem acesso fácil a médico. Marcar uma consulta demora muito e o Google está na mão.

"A terceira coisa é que hoje a internet é um acesso para tudo. Precisamos instrumentalizar as pessoas para realizarem buscas mais corretas", diz a especialista.

Ainda há um quarto motivo, segundo Seger. "Algumas pessoas com transtorno de ansiedade generalizada ficam sempre pensando no pior. Elas também procuram no Google para de alguma forma se acalmarem ou terem controle de mais variáveis", explica.

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