Descrição de chapéu Coronavírus

Ômicron pode causar mais reinfecção do que variante delta, mostram estudos

Dose de reforço da vacina contra Covid parece restaurar bom nível de proteção

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Alistair Smout Mrinalika Roy
Reuters

As doses de reforço de vacinas contra a Covid-19 restauram significativamente a proteção contra sintomas leves provocados pela variante ômicron do vírus, disse na sexta-feira (10) a Agência Britânica de Segurança da Saúde, revertendo em parte uma queda que seria aguda na eficácia dos imunizantes.

As conclusões preliminares de uma análise empírica são alguns dos primeiros dados sobre a proteção contra a ômicron que não vêm de estudos de laboratório, segundo os quais a atividade neutralizadora das vacinas é reduzida no caso da nova variante.

"Essas conclusões preliminares devem ser encaradas com cautela, mas indicam que alguns meses após a segunda dose de vacina há um risco maior de contrair a variante ômicron que a variante delta", disse Mary Ramsay, diretora de Imunização da agência britânica.

Cientistas da Universidade de Hong Kong conseguiram capturar pela primeira vez a imagem da variante ômicron do coronavírus com a ajuda de um microscópio, informou a instituição em um comunicado na quarta-feira (8)
Cientistas da Universidade de Hong Kong conseguiram capturar pela primeira vez a imagem da variante ômicron do coronavírus com a ajuda de um microscópio, informou a instituição em um comunicado na quarta-feira (8) - HKU-MED

Ela destacou que a expectativa é que a proteção contra sintomas graves proporcionada pela dose de reforço se mantenha mais alta.

"Os dados sugerem que o risco de doença grave é significativamente reduzido após a vacina de reforço. Portanto, recomendo a todas as pessoas que tomem a dose de reforço quando estiver disponível para elas."

Uma análise de 581 pessoas comprovadamente com a ômicron revelou que duas doses de vacina AstraZeneca ou Pfizer-BioNTech proporcionavam níveis de proteção contra infecção sintomática muito inferiores à proteção que garantiriam contra a variante delta.

Mas, com uma dose de reforço da vacina Pfizer, o nível de proteção contra infecção sintomática subiu para 70% entre as pessoas que haviam inicialmente tomado a vacina AstraZeneca e para 75% entre as imunizadas com a Pfizer.

Para pessoas infectadas com a variante delta, o nível de proteção após a dose de reforço é estimado em 90%.

A agência britânica reiterou a constatação de que a ômicron é mais transmissível que a delta e que o risco de reinfecção com a variante é entre 3 e 8 vezes mais alto.

A agência disse que dois estudos britânicos que ainda não foram apresentados publicamente e três estudos internacionais sugerem que a ômicron provoca uma redução muito forte nos anticorpos neutralizadores, comparada aos vírus utilizados para desenvolver vacinas.

A agência também disse que, embora até agora nenhum caso de ômicron tenha resultado em hospitalização ou morte, os dados disponíveis são insuficientes para avaliar a gravidade da cepa.

Reinfecção

Outra evidência de que a ômicron provoca mais reinfecção foi obtida nos Estados Unidos. Dos 43 casos da nova variante confirmados nos EUA, 34 pessoas estavam plenamente vacinadas, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Além disso, 14 delas tinham tomado a dose de reforço, mas 5 desses casos tenham ocorrido menos de 14 dias após a aplicação, antes de a proteção adicional fazer efeito.

A ômicron foi encontrada em 22 estados americanos até sexta-feira (10). Dos casos identificados, 25 são de pessoas na faixa dos 18 aos 39 anos de idade e 14 haviam feito viagens internacionais. Além disso, 6 já tinham sido infectadas com o coronavírus anteriormente.

A maioria apresentou apenas sintomas leves, como tosse, congestão e fadiga, segundo o relatório divulgado, e uma pessoa foi hospitalizada por dois dias. Outros sintomas relatados com menos frequência incluíram náusea ou vômitos, falta de ar ou dificuldade em respirar, diarreia e a perda do paladar ou olfato.

O CDC disse que há um intervalo de tempo entre a infecção e o aparecimento de sintomas mais graves, então não se pode descartá-los por enquanto. Também se prevê que os sintomas sejam mais leves entre pessoas vacinadas ou que já foram infectadas anteriormente com o SARS-CoV-2.

Mesmo que a maioria dos casos seja leve, uma variante altamente transmissível pode resultar em casos suficientes de Covid para sobrecarregar os sistemas de saúde, disse o CDC.

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