O governo de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (2) que vai reduzir de cinco para quatro meses o intervalo da dose de reforço da vacina contra Covid. A decisão ocorreu por conta do surgimento da variante ômicron e a proximidade com as festas de fim de ano.
A antecipação vale para quem tomou as duas doses de Coronavac, AstraZeneca e Pfizer, com qualquer idade.
Segundo o estado, 10 milhões de pessoas, que se vacinaram nos meses de julho e agosto, já podem receber a dose extra. O intervalo de quatro meses é contado a partir da data de aplicação da segunda dose.
O governo do estado informou que o início da aplicação da dose de reforço com intervalo reduzido será definido de acordo com o calendário de cada município, mas diz recomendar a adaptação à nova regra o quanto antes.
A Prefeitura de São Paulo informou que a partir desta sexta (3) inicia a aplicação das doses de reforço para pessoas com mais de 18 anos que tomaram a segunda dose há pelo menos quatro meses.
"Nós fizemos nota técnica ontem [quarta, 1º] solicitando a antecipação à Anvisa e ao governo do estado. O estado nos liberou hoje pela manhã. Estamos soltando nosso instrutivo então, a partir de amanhã [sexta-feira, 3] a gente inicia a aplicação da terceira dose com quatro meses", disse Edson Aparecido, secretário municipal de Saúde da capital.
Na cidade de São Paulo, o imunizante da Pfizer tem sido usado para a dose de reforço, independentemente de qual vacina a pessoa recebeu nas duas primeiras doses.
A decisão da prefeitura segue recomendação do Ministério da Saúde, que orienta usar "preferencialmente" imunizantes da plataforma de RNA mensageiro, como o da Pfizer.
O temor da possibilidade de aumento de casos após a confirmação de pessoas infectadas com a variante ômicron levou o governo paulista a também recuar nesta quinta na liberação do uso de máscaras em ambientes externos.
O governador João Doria (PSDB) havia anunciado na última semana que o uso não seria mais obrigatório ao ar livre a partir de 11 de dezembro.
Segundo o governo paulista, a antecipação da dose de reforço também leva em consideração que São Paulo é uma das principais portas de entrada do país, via portos e aeroportos.
"O estado tem hoje condições logísticas e técnicas de ampliar a vacinação e reduzir o intervalo de aplicação das doses para que todos possam estar ainda mais protegidos. Vale ressaltar também a necessidade de quem não tomou ainda a segunda dose retornar aos postos de saúde para se imunizar", disse o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn.
Quem tomou a dose única da Janssen poderá receber a dose adicional do mesmo imunizante com intervalo a partir de 2 meses. No entanto, o governo paulista diz não ter doses desse produto por falta de entrega do Ministério da Saúde e informa que está aplicando dose adicional da Pfizer.
Na cidade de São Paulo, a ação para os imunizados com Janssen começou na terça-feira (30).
As medidas de antecipação do reforço adotadas por São Paulo não devem ser, porém, seguidas pelo governo federal.
Nesta quinta, membros do Ministério da Saúde informaram que atualmente a pasta não pretende recomendar a redução do intervalo de doses de cinco para quatro meses.
A diretriz tem sido modificada com base em dados internacionais e estudos de efetividade realizados no Brasil. Até o momento, dizem esses integrantes da pasta, não há benefícios comprovados dessa redução.
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