Descrição de chapéu Coronavírus

Variante ômicron é bastante infecciosa, diz cientista-chefe da OMS

Para Soumya Swaminathan, é preciso estar preparado, mas sem entrar em pânico

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Francesco Guarascio Stephanie Nebehay
Reuters

A cientista-chefe da OMS (Organização Mundial de Saúde), Soumya Swaminathan, disse à agência Reuters na sexta-feira (3) que embora a nova variante ômicron do coronavírus pareça ser muito transmissível a reação correta é estarmos preparados e cautelosos, mas sem entrar em pânico.

A OMS pediu que os países reforcem a capacidade de atenção à saúde e vacinem suas populações para combater um aumento de casos de Covid-19 provocado pela variante ômicron, dizendo que proibições de viagens podem servir para ganhar tempo, mas não são a única resposta.

Célula infectada com o Sars-CoV-2, vírus que causa a Covid; partículas do vírus aparecem na cor roxa - National Institute of Allergy and Infectious Diseases/AFP

"Quão preocupados devemos ficar? Precisamos estar preparados e cautelosos, mas não em pânico, porque estamos em uma situação diferente de um ano atrás", disse Swaminathan em entrevista na conferência Reuters Next.

Embora a emergência da nova variante não seja bem-vinda, ela disse que o mundo está muito mais preparado devido ao desenvolvimento de vacinas desde o início da pandemia de Covid-19.

Ainda falta saber muita coisa sobre a variante ômicron, que foi detectada primeiro no sul da África no mês passado e localizada em pelo menos duas dúzias de países. Partes da Europa já enfrentavam uma onda de infecções da variante delta antes que ela surgisse.

"Precisamos esperar, vamos esperar que seja branda... mas ainda é cedo para concluir sobre a variante em geral", disse Swaminathan sobre o que se conhece sobre a ômicron.

"A delta responde por 99% das infecções no mundo todo. Essa variante teria de ser mais transmissível para competir e se tornar a dominante mundialmente. É possível, mas não podemos prever."

A principal cientista da OMS disse que a ômicron parece estar causando três vezes mais infecções do que se verificava antes na África do Sul, o que significa que ela "parece ser capaz de superar parte da imunidade natural da infecção anterior".

As vacinas parecem estar tendo algum efeito.

"O fato de que elas não estão adoecendo... significa que as vacinas ainda estão dando proteção, e esperamos que continuem a fornecer", disse a cientista.

Indagada sobre a necessidade de reforços anuais de vacina, Swaminathan disse que "a OMS está se preparando para todos os cenários", o que poderia incluir uma dose adicional, especialmente entre algumas faixas etárias ou partes vulneráveis da população, ou uma vacina modificada.

"A infecção natural atua como um reforço", disse a cientista, acrescentando que a nova variante "pode ter se originado em um país onde não há muito sequenciamento genômico", mas suas origens são desconhecidas.

"Talvez nunca saibamos", disse ela.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves.

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