Quem foi imunizado com a segunda dose da vacina contra a Covid há ao menos quatro meses no estado de São Paulo e tem mais de 18 anos pode tomar o reforço do imunizante. Nesta quinta-feira (2), o governo do estado reduziu em um mês o prazo mínimo entre as duas injeções, que era de cinco meses.

A decisão de antecipar, segundo o governo João Doria (PSDB), foi tomada pelo surgimento da variante ômicron do novo coronavírus, que tem três casos confirmados no estado —dois na cidade de São Paulo e um em Guarulhos, na Grande São Paulo—, e porque o Brasil ainda não tem a obrigatoriedade da apresentação de passaporte de vacina para quem chega ao país.

No início da semana, a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo já havia pedido para o Ministério da Saúde fazer a redução do prazo entre a segunda dose e a de reforço em um mês.

Na capital paulista, a estimativa é que 1,2 milhão de pessoas se tornaram aptas a tomar a terceira dose, segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB).

Com a redução nas datas, moradores da cidade de São Paulo a partir de 41 anos que foram imunizados com a Coronavac já podem tomar o reforço. Na capital, a terceira dose está sendo feita com vacinas da Pfizer.

Quem tomou as duas doses da Pfizer ou da AstraZeneca e tem 59 anos ou menos poderá comparecer aos postos de vacinação de São Paulo para a dose de reforço a partir de janeiro.

As datas não valem para quem apresentou atestado de comorbidades para receber a primeira dose e por isso não entrou no calendário por idade.

Profissionais de saúde e de educação tiveram a aplicação da dose de reforço liberada anteriormente.

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Os que tomaram o imunizante de dose única da Janssen poderão receber a dose adicional do mesmo imunizante com intervalo a partir de dois meses. Se estiver em falta no posto, a vacina poderá ser substituída pela da Pfizer.

Para o médico Álvaro Furtado da Costa, infectologista do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo), a medida é importante. Segundo ele, estudos mostram que as pessoas têm uma queda de resposta imunológica com o tempo.

"Especialmente para os idosos ou pessoas com comorbidades, a vacina dá uma chacoalhada no sistema imunológico", diz. "É, sim, uma estratégia importante porque estamos vendo na Europa pessoas com duas doses adoecendo."

Para Costa, o reforço na vacinação ganha força com a proximidade de festas de fim de ano, por causa das confraternizações, e das férias de verão.

Segundo o médico, existem dois desafios para os governos. Convencer quem ainda não tomou a segunda dose para completar o ciclo vacinal e aplicar o reforço.

De acordo com a Secretaria da Saúde paulista, cerca de 3,9 milhões não voltaram para serem vacinadas com a segunda dose no estado. Na capital, há cerca de 500 mil faltosos.

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Na quarta (1º), o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, afirmou que cerca de 1 milhão de pessoas que poderiam ter sido imunizadas com o reforço até aquele dia não foram tomar a terceira dose.

Raquel Stucchi, infectologista da Unicamp (Universidade de Campinas) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, acha que a redução no intervalo pode ser interessante para os idosos e imunossuprimidos, que perdem a proteção da vacina mais cedo. Mas ela não estenderia a antecipação aos mais jovens por falta de dados científicos.

A médica cita o Reino Unido, que começou a antecipar o prazo entre a segunda dose e o reforço para pessoas acima de 60 anos e fará um escalonamento para os mais jovens. "Mas eles [Europa] estão em um momento de desespero", diz. "O momento epidemiológico do Brasil é muito diferente."

O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, defendeu a antecipação do reforço. "O estado tem condições logísticas e técnicas de ampliar a vacinação e reduzir o intervalo de aplicação das doses para que todos possam estar mais protegidos", afirma.



Veja as datas para o reforço | Cidade de São Paulo

Coronavac

AstraZeneca

Pfizer

*O invervalo entre a primeira e a segunda doses da AstraZeneca passou de de 12 para 8 semanas em 27/10

**O invervalo entre a primeira a segunda doses da Pfizer passou de 12 para 8 semanas em 24/9

Fonte: Prefeitura de São Paulo

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