Descrição de chapéu Coronavírus

Leitos públicos de enfermaria para Covid e gripe se esgotam em BH

Alta em casos de doenças respiratórias tem relação com festas e viagens, avalia infectologista

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Belo Horizonte

Não há mais leitos de enfermaria para atendimento a pacientes com infecções respiratórias na rede pública de saúde de Belo Horizonte.

Boletim divulgado nesta segunda-feira (3) pela prefeitura da capital mineira, com dados relativos a domingo (2), aponta que a capacidade de internação para esse tipo de tratamento, que conta com 220 leitos, estourou e está em 107,3%.

Os números são relativos a unidades destinadas inicialmente a pacientes com Covid-19, mas que passaram a receber também casos que podem ser de influenza.

Homens de roupa amarela seguram equipamentos de borrifar produtos
Militares, bombeiros e membros da Defesa Civil durante desinfecção de terminal de ônibus em Belo Horizonte em abril de 2020 - Douglas Magno - 9.abr.2020AFP

A Secretaria Municipal de Saúde afirma que a taxa superior a 100% na ocupação de leitos de enfermaria, voltados a casos menos graves, "não indica que o número excedente represente fila".

"Estes pacientes além dos 100% estão internados nos hospitais utilizando todos os recursos que um paciente com esse perfil necessita, como insumos e equipamentos", diz a secretaria.

A cidade vem registrando alta também nas internações para tratamento por Covid em UTIs (unidades de terapia intensiva) públicos.

No boletim desta terça, a ocupação de leitos de UTI específicos para a doença na rede pública estava em 78,8%, ante 63,5% do boletim anterior, relativo a 29 de dezembro e divulgado no dia 30.

O total de leitos UTI na rede pública de saúde da cidade para pacientes com Covid atualmente é de 104.

O avanço na ocupação dos leitos para enfermagem, que podem ser ocupados tanto por pacientes com Covid quanto por quem está com influenza, também registrou alta expressiva nesse mesmo período. Antes de atingir os 107,3% do boletim desta segunda, estava em 90,5% no boletim do dia 30.

O infectologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Unaí Tupinambás, que integra o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte, afirma que a alta tem relação com festas de fim de ano e viagens.

Para o especialista, sobretudo nas próximas duas semanas, será necessária atenção ao impacto tanto de casos de Covid quanto de quadros gripais na rede de atendimento. O cenário, ele destaca, é preocupante em meio à variante ômicron.

Realmente é impressionante a facilidade com que ela transmite", diz. Tupinambás, no entanto, acredita na possibilidade de ocorrerem casos mais brandos de infectados pela variante por conta da vacinação.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, pacientes com quadros gripais ainda sem resultado para Covid-19 podem estar internados nas enfermarias destinadas a quem tem o coronavírus porque os sintomas são parecidos.

A cidade tem 4.251 leitos públicos para doenças que não sejam Covid-19. A ocupação, nesse caso, é de 73%.

Já a rede de saúde particular está menos pressionada na cidade, mas também registra alta no número de internações em casos considerados mais graves. A ocupação de leitos de UTI para Covid para essa rede estava em 41,2% no boletim de segunda, contra 39,2% no boletim do dia 30. O total de unidades disponíveis é de 97.

Em relação às unidades de enfermaria na rede particular, a ocupação apontada no boletim desta segunda foi de 42,7%, o mesmo do registrado no boletim divulgado no dia 30. O total de unidades disponíveis é de 246.

Imunizados

Os números da prefeitura sobre vacinação contra Covid em Belo Horizonte indicam que toda a população com mais de 12 anos da cidade, um total de 2.199.135 pessoas, já recebeu a primeira dose de vacinas contra a doença.

Os dados apontam ainda que 93% desse total já receberam a segunda dose ou a dose única dos imunizantes. Em relação à dose de reforço, o percentual dos que já passaram pela etapa é de 24,2%.

A secretaria de Saúde afirma que o andamento da vacinação na cidade é um dos fatores considerados para avaliação do cenário epidemiológico no município, havendo a possibilidade de abertura de mais leitos, caso a situação se agrave.

"Ao longo da pandemia, sempre de acordo com os indicadores epidemiológicos e assistenciais da doença no município, foram realizadas aberturas de leitos de Covid e remanejamento para leitos retaguarda", diz a pasta, em nota.

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