Descrição de chapéu Coronavírus

Ômicron traz receio de colapso, mas sistema não tem sido pressionado, diz Queiroga

Avanço de variante aumentou internações; para ministro, vacinados estão mais protegidos

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Brasília

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quarta-feira (12) que o avanço da variante ômicron da Covid-19 traz receio de colapso no atendimento de saúde, mas que a doença ainda não tem pressionado estes serviços.

"Já temos notícias de outros países, onde essa variante se tornou prevalente, e que há número realmente grande de casos, mas sistemas de saúde não têm sido tão pressionados, sobretudo naquelas populações que estão fortemente vacinadas", disse o ministro em evento da Saúde sobre a variante.

A disparada de casos da Covid, porém, tem obrigado governos locais a reabrirem leitos. No estado de São Paulo, as internações por Covid-19 em UTI cresceram 91% em oito dias.

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participa de cerimônia em Brasília - Lucio Tavora - 11.jan.22/Xinhua

Em outro momento do debate, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, afirmou que a ômicron é "certamente" a variante que mais circula no Brasil.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a minimizar a crise sanitária e sugeriu que a nova cepa é "bem-vinda".

"[A] ômicron, que já espalhou pelo mundo todo, como as próprias pessoas que entendem de verdade dizem: que ela tem uma capacidade de difundir muito grande, mas de letalidade muito pequena", disse Bolsonaro, em entrevista ao site Gazeta Brasil.

"Dizem até que seria um vírus vacinal. Deveriam até... Segundo algumas pessoas estudiosas e sérias —e não vinculadas a farmacêuticas— dizem que a ômicron é bem-vinda e pode sim sinalizar o fim da pandemia", declarou ainda Bolsonaro.

O diretor-executivo do programa de emergências em saúde da OMS (Organização Mundial da Saúde), Michael Ryan, reagiu à fala de Bolsonaro. Questionado pela imprensa sobre a declaração do presidente brasileiro, o representante da organização disse que "este não é o momento de declarar que esse vírus é bem-vindo, nenhum vírus que mata pessoas é bem-vindo".

Ainda no evento da Saúde, Queiroga afirmou que a nova variante preocupa a população, mas que o governo trabalha para evitar colapso e perda de vidas.

"Rapidamente se espalhou em todo o mundo, trazendo incertezas, trazendo receio nas pessoas de novo surto de casos, novo impacto no sistema de saúde, com a perspectiva de colapso, e perdas de vidas. Estamos aqui trabalhando justamente para evitar que isso aconteça", disse Queiroga.

Os últimos dias no Brasil têm sido marcados por alta procura de testagem e por diversos registros de pessoas infectadas pela variante —mesmo vacinadas ou que tiveram Covid anteriormente.

A hipótese de que a variante represente o declínio da pandemia é um dos cenários avaliados por epidemiologistas, mas não o único. Eles destacam que o vírus ainda pode sofrer muitas mutações, e não se sabe se elas tornarão a doença mais ou menos grave.

Até o momento, a expansão da ômicron reina sobre as outras variantes por onde passa. Por causa da nova cepa, o mundo vem registrando números próximos a 2 milhões de casos por dia, quantidade muito superior à das ondas anteriores da doença.

Entidades científicas cobraram na terça (11) uma política de testagem mais ampla do governo federal e a permissão do autoteste. A procura pelos exames disparou com o avanço da contaminação na virada do ano.

Em nota divulgada nesta quarta, a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica) alertou para risco de falta insumos necessários nos exames da Covid-19. A entidade recomendou priorização de exames a pacientes "segundo uma escala de gravidade".

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