Descrição de chapéu Coronavírus

Sobe número de internações por Covid na Rede D'Or

Maior grupo de hospitais privados do país diz que aumento está relacionado ao avanço da ômicron

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A Rede D’Or, maior rede privada de hospitais do Brasil, registrou alta nas internações por Covid-19. Nas últimas duas semanas, o número de pacientes com a doença nas unidades do grupo subiu de 200 para cerca de mil.

O aumento reflete o maior número de atendimentos no final de dezembro. Os hospitais da rede também verificaram crescimento na quantidade de atendimento de pessoas com síndrome gripal no fim de 2021.

O cenário, porém, é diferente do visto no auge da pandemia de coronavírus, quando as unidades da rede chegaram a 3.000 hospitalizações simultâneas. Atualmente, a maior parte dos pacientes apresenta sintomas leves e está em quartos ou unidades de tratamento semi-intensiva.

0
Unidade do hospital São Luiz na capital paulista no início deste mês - Rubens Cavallari/Folhapress

A Rede D’Or tem 63 hospitais distribuídos em dez estados. Só em São Paulo estão 22 deles, a exemplo do São Luiz. O estado foi o primeiro a registrar aumento significativo no número de casos nas unidades da rede, seguido do Rio de Janeiro, que conta com 21 unidades.

O vice-presidente médico e de serviços externos da Rede D’Or São Luiz, Leandro Reis, correlaciona o aumento no número de internações com a disseminação da variante ômicron, mais transmissível.

Reis diz que a influenza –o vírus da gripe– resultou em mais atendimentos, mas, no último mês, os casos de Covid-19 cresceram de forma expressiva. Os pacientes vacinados contra o coronavírus, porém, quando infectados, têm sintomas mais leves e apresentam recuperação mais rápida, segundo ele.

"Mesmo quando o paciente vacinado interna, nós vemos um comportamento mais benigno. O paciente pode ir para o quarto, para uma semi-intensiva, fica com um pulmão mais preservado e mantém um quadro clínico mais benigno do que o quadro clínico que a gente via na onda anterior, com a cepa anterior", afirma.

O aumento no número de internações reflete uma tendência já observada em São Paulo.

Em 3 de janeiro, havia 1.141 pacientes em leitos de terapia intensiva no estado, com 468 novos registros naquele dia. Pouco mais de uma semana depois, no dia 11, havia 1.727 pacientes internados em leitos de UTI, com 895 novos registros, ou 91% a mais.

Hospitais públicos e privados de SP também já haviam observado crescimento no diagnóstico e atendimento de crianças com Covid-19, além de um leve aumento nas hospitalizações. O apagão de dados do governo não permite saber ao certo o número de infectados, mas as clínicas e hospitais já percebem a alta.

Reportagem da Folha mostrou que no Hospital Infantil Sabará, no município de São Paulo, os atendimentos de crianças de até dez anos com Covid começaram a aumentar a partir da semana epidemiológica 50, entre os dias 12 a 18 de dezembro. O número saltou de um caso semanal para 15 nas duas semanas seguintes. A taxa de positividade nos testes de Covid nesse mesmo período passou de 2% para 20%.

Na semana passada, médicos do Hospital São Luiz, da Rede D’Or, que pediram para não ser identificados, disseram que a unidade orientou os profissionais a realizar testes apenas em pacientes internados, para que pudessem separar os doentes entre alas. Aqueles com sintomas leves e assintomáticos não seriam testados, mas orientados para que se isolassem por uma semana.

Em nota, a rede respondeu que continua realizando testagem em todas as suas unidades, priorizando "pacientes com indicação clínica para definição de tratamento e isolamento, pacientes internados e em profissionais de saúde, limitando a realização dos exames eletivos ou em pacientes com bom estado geral".

Os estoques da rede já estão regularizados, e os hospitais da rede têm capacidade de testar todos os pacientes que os procuram, independentemente da gravidade dos sintomas. Ainda há, porém, prioridade para profissionais de saúde, pacientes internados e com sinais de gravidade.

A Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica) recomenda que os testes sejam feitos apenas em pacientes que possuem sintomas graves, estão hospitalizados, passaram por cirurgia, fazem parte do grupo de risco ou são trabalhadores assistenciais da área da saúde e colaboradores de serviços essenciais.

A recomendação da entidade é de interromper a testagem daqueles que tiveram apenas contato com pacientes infectados, assintomáticos e pessoas com sintomas leves, que devem permanecer isolados. O cenário, porém, dá sinais de melhora

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.