Estados Unidos autorizam primeira camisinha para sexo anal

Expectativa é de motivar o uso desta proteção contra doenças sexualmente transmissíveis

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Washington | AFP

As autoridades sanitárias dos Estados Unidos autorizaram nesta quarta-feira (23) os primeiros preservativos específicos para o sexo anal, com a esperança de motivar o uso desta proteção contra doenças sexualmente transmissíveis.

Os preservativos já eram amplamente usados —e fortemente recomendados— para o sexo anal, que induz um maior risco de transmissão de doenças, como a aids.

Mas a agência de medicamentos dos Estados Unidos (FDA) ainda não havia autorizado oficialmente nenhuma marca a produzir o preservativo para esse uso específico devido à falta de dados, somente para sexo vaginal.

Preservativos One, da fabricante que foi autorizada pela agência de vigilância sanitária dos Estados Unidos a fabricar a primeira camisinha para sexo anal
Preservativos One, da fabricante que foi autorizada pela agência de vigilância sanitária dos Estados Unidos a fabricar a primeira camisinha para sexo anal - Olivier Douliery/AFP

"A autorização da FDA de um preservativo especificamente indicado, testado e rotulado para sexo anal pode aumentar a probabilidade de que um preservativo seja usado durante a relação anal", comemorou Courtney Lias, agente da FDA, em um comunicado.

Até agora, os estudos sobre o uso do preservativo anal mostravam uma "taxa de falha" superior aos 5% exigidos, ou seja, muitos preservativos saíam do lugar ou se rompiam.

Mas um novo estudo realizado por pesquisadores independentes e financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), mostrou uma taxa de falha de menos de 1%.

O preservativo, produzido pela empresa Global Protection Corp, e que será comercializado sob o nome One Male Condom, não é diferente dos outros. O melhor resultado se deve principalmente ao uso de um lubrificante adaptado, que reduz o atrito. O uso de um lubrificante foi, portanto, incluído pelo FDA em sua decisão nesta quarta-feira.

Cerca de 250 homens que se relacionam com homens e 250 que se relacionam com mulheres participaram do estudo.

"Acho que a maioria das pessoas ficaria surpresa ao saber que os preservativos não são aprovados para sexo anal", disse Davin Wedel, presidente e fundador da Global Protection Corp., em comunicado. "Com esta nova classificação da FDA, haverá uma maior confiança no uso de preservativos para sexo anal", acrescentou.

De acordo com outro estudo realizado pela Universidade Emory, 69% dos homens que têm relacionamentos recorrentes com outros homens seriam mais propensos a usar preservativos com frequência se estes tiverem o selo da FDA para tal uso.

Esta nova autorização permitirá que outros fabricantes apresentem um pedido semelhante, enfatizou a FDA.

O preservativo One Male Condom, idêntico aos preservativos "One" já comercializados pela empresa, estará disponível em três versões: padrão, fino ou justo, com 54 tamanhos disponíveis.

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