Descrição de chapéu Coronavírus

Queiroga critica 'interferência' de Doria por anúncio de 4ª dose contra Covid

Ministro da Saúde diz que prioridade no momento é avançar com a terceira dose da vacina

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Brasília

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quarta-feira (9) que a prioridade do governo federal é a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 e criticou a interferência de governadores e prefeitos na discussão sobre a aplicação da quarta dose do imunizante.

A declaração foi dada após o governador João Doria (PSDB) anunciar que São Paulo irá adotar a quarta dose contra o coronavírus. Ele disse que isso está em estudo, mas não informou data para dar início ao calendário de vacinação.

queiroga de mascara diante de bandeiras
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro - Myke Sena - 7.fev.2022/Ministério da Saúde

Queiroga afirmou que ainda não há definição no Ministério da Saúde sobre o tema e que a área técnica ainda avalia a necessidade de ampliar a vacinação. O ministro disse que não conversou com Doria sobre o tema.

"Esse assunto nós já sabemos, não é? O governador de São Paulo e outros chefes de Executivos, seja de estado e município, muitas vezes eles interferem no processo decisório a respeito da imunização", disse em entrevista após reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Ele defendeu que o debate sobre a quarta dose deve ficar restrito à esfera federal. "Essas questões devem ser discutidas no âmbito do Ministério da Saúde, que é quem lidera esse processo, até porque é quem tem a obrigação de garantir aos brasileiros esse direito", afirmou.

Queiroga disse que a prioridade atual é "avançar na dose de reforço". "Se avançar na terceira dose, vamos ter mais preparo para enfrentar a variante ômicron", disse.

Ele questionou como ficará a questão logística de distribuição de doses pelo governo federal caso os estados decidam ampliar a vacinação em descompasso com o Ministério da Saúde.

Na manhã desta quarta, Doria concedeu uma entrevista à rádio Eldorado em que foi assertivo em relação à quarta dose.

"Já é confirmada pelo comitê científico do governo de São Paulo. Nós estamos preparados para iniciar a quarta dose de reforço", disse o governador à rádio.

Mais tarde, em coletiva, ele foi menos categórico ao abordar o assunto. "O fato de considerar não significa que a aplicação [da quarta dose] será imediata ou de curto prazo porque não vai", disse.

Na última segunda-feira (7), o Ministério da Saúde afirmou em nota técnica que não há dados suficientes para a aplicação da quarta dose da vacina na população.

A recomendação do ministério é que a quarta dose continue sendo aplicada apenas em imunocomprometidos, como ocorre desde dezembro do ano passado.

"Antes de avançarmos rumo a novas indicações no calendário do PNO [Plano Nacional de Operacionalizações], se faz necessário compreender o cenário epidemiológico com maior detalhamento quanto às hospitalizações, óbitos e infecções pela Covid-19 entre determinados grupos etários e sua relação com o status de vacinação (vacinados x não vacinados)", diz a nota técnica.

Técnicos da Saúde e do PNI (Programa Nacional de Imunizações) devem voltar a avaliar na sexta-feira (11) se indicam a aplicação de nova dose contra a Covid-19.

Doria e Queiroga têm trocado críticas nos últimos meses.

Em janeiro, o ministrou acusou o tucano de "fazer palanque" com o início da vacinação infantil. Naquele dia, Doria abriu a campanha nacional de imunização do público de 5 a 11 anos com as doses da Pfizer.

"O político João Doria subestima a população. Está com as vacinas do governo do Brasil e do povo brasileiro em mãos fazendo palanque. Acha que isso vai tirá-lo dos 3% [de intenção de voto]. Desista! Seu marketing não vai mudar a face da sua gestão. Os paulistas merecem alguém melhor", escreveu Queiroga no Twitter.

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