Descrição de chapéu Coronavírus

Doria diz que acabará com uso obrigatório de máscara em SP daqui a 11 dias

Governador pretende tomar medida antes de deixar o cargo, no final de março; ele condiciona mudança a queda em internações e mortes por Covid

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São Paulo

O estado de São Paulo caminha para acabar com a obrigatoriedade do uso de máscara também em ambientes fechados no dia 23 deste mês. O prazo foi anunciado pelo governador João Doria (PSDB) nesta sexta-feira (11) durante um discurso em Catanduva, a 385 quilômetros da capital paulista.

Desde a última quarta (9), o uso de máscara não é mais obrigatório somente nos espaços abertos. Em locais como ruas, praças, parques, estádios de futebol, estabelecimentos comerciais e nas quadras e pátios das escolas.

Ela ainda é necessária, porém, em locais fechados, por exemplo, no transporte coletivo, nas estações de metrô e trem, nas salas de aulas e nos cinemas.

"Daqui a 11 dias, a contar a partir de hoje [sexta, 11]. Se tudo continuar ocorrendo bem e seguindo os protocolos da ciência, do nosso comitê científico. E se continuarmos a ter queda de internações e do uso de leito de UTI, queda de óbitos e aumento da vacinação em crianças e adultos, já a partir de quarta-feira da outra semana [23 de março], nós não teremos mais que usar máscaras", afirmou Doria.

Mesmo após flexibilização, paulistano mantém uso de máscara ao ar livre - Zanone Fraissat - 9.mar.2022/Folhapress

"E faremos isso com a alma tranquila, no passo a passo que a medicina, a saúde, os médicos nos indicaram, nos orientaram", completou.

Doria já disse aos seus interlocutores que pretende acabar com o uso da máscara em definitivo antes de deixar o governo de São Paulo, o que ocorrerá no dia 31 de março, para se dedicar à eleição presidencial em outubro. O vice Rodrigo Garcia assumirá o cargo.

Na quarta, ao anunciar o fim da exigência da proteção facial no estado em locais ao ar livre, Doria já havia dito que a revisão da regra para os lugares fechados deveria ocorrer dentro de duas semanas.

A medida vem sendo debatida quase diariamente entre governadores e o Comitê Científico do estado. Na noite anterior ao discurso, o tucano conduziu uma reunião na qual estiveram o secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, o coordenador-executivo do Comitê Científico, João Gabbardo, e a coordenadora-geral do Programa Estadual de Imunização, Regiane de Paula.

De acordo com Vacinômetro do governo, até a tarde desta sexta-feira, 89,65% de toda a população acima de cinco anos estava com o esquema vacinal completo.

No discurso, após relembrar a sua infância com tom emotivo, Doria fez da campanha de imunização o seu cartão de visita. Na fala, atribuiu a flexibilização do uso de máscara ao empenho da sua gestão na aquisição da Coronavac.

"Não eram insanos os que defendiam a vacina para oferecer a proteção. Não errou o governo e o governador de São Paulo em comprar a vacina na China, porque a China tinha vacinas enquanto os outros países não tinham. E compramos, foi meio bilhão de reais, independentemente se o Ministério da Saúde iria nos embolsar", afirmou Doria.

Ao discursar, Doria também atacou o presidente Jair Bolsonaro (PL). O governador não citou diretamente o nome do adversário político, mas relembrou a condução da pandemia feita pelo governo federal.

"Aqueles que me acusavam, que diziam: 'Este calça apertada não entende nada. Vai comprar a vacina na China, a Vachina'. Dizia: 'Quem tomar vacina vai virar jacaré, viva a cloroquina e nada de vacina'. São 110 milhões de brasileiros que tomaram a vacina no braço e estão bem, inclusive eu", disse o tucano.

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