Descrição de chapéu Coronavírus

Prefeitura de São Paulo afirma ter imunizado 100% dos adolescentes contra Covid

Campanha para faixa etária de 12 a 17 anos começou em agosto

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São Paulo

A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo afirmou neste domingo (13) já ter vacinado 100% da população da cidade de 12 a 17 anos com duas doses contra Covid. Segundo a pasta, 844.119 adolescentes estão com o esquema vacinal completo na capital paulista.

O número corresponde ao estimado pela administração municipal para esse grupo de moradores, com base em projeção populacional da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) para 2021.

A secretaria diz que foram aplicadas 970.868 doses nesse público-alvo, o que totaliza 115% da cobertura vacinal esperada. Já em relação à segunda dose, foram 844.119 aplicadas.

Adolescente recebe primeira dose de vacina contra Covid-19 na capital paulista - Danilo Verpa - 30.ago.2021/Folhapress

Segundo a prefeitura, 0,3% da população adolescente tomou a dose de reforço, recomendada para imunossuprimidos. Isso representa 2.422 imunizantes aplicados.

"A adesão total dos adolescentes paulistanos, além de proteger efetivamente cada indivíduo, foi também um importante fator de segurança à saúde da comunidade escolar, diminuindo efetivamente a disseminação do vírus, contribuindo de maneira decisiva para o controle da pandemia na cidade", disse Luiz Artur Vieira Caldeira, coordenador da vigilância em saúde da capital, na nota oficial da prefeitura.

De acordo com Wallace Casaca, coordenador da plataforma SP Covid-19 Info Tracker, que acompanha a evolução da pandemia, é natural gestões municipais e estaduais apresentarem números acima dos 100%. "Muitos adolescentes que não residem em São Paulo devem ter se vacinado no município. Uma vez que uma pessoa vai procurar a cidade para tomar a vacina, é atendido. Não é exigido o comprovante de residência."

Além disso, a base de dados, utilizada para se chegar ao total da população, costuma ser defasada ou então é feita com estimativas. A secretaria estadual de Saúde leva em conta, por exemplo, uma projeção feita pelo IBGE para o tamanho da população em 2022.

Profissional da saúde aplica segunda dose em adolescentes em UBS da capital paulista - Rivaldo Gomes - 8.nov.2021/Folhapress

O infectologista Evaldo Stanislau de Araújo considera que o número é animador, mas ressalta que é necessário manter a cautela. "É ótimo que isso tenha acontecido, mas não significa que os adolescentes tenham passe-livre. A vacina protege contra formas graves, porém não evita todas as infecções."

"Se é boa a marca, e é, serve também como reflexão sobre a necessidade de manter as demais medidas de proteção, sobretudo em ambientes aglomerados", completa o professor universitário e assistente-doutor da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do HC-FMUSP.

A imunização de adolescentes já foi amplamente criticada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Em outubro, por exemplo, ele reclamou da vacinação envolvendo os jovens de 12 a 17 anos sem comorbidades.

"Por que muitos governadores e prefeitos vacinaram jovens entre 12 a 17 anos? Baseados em quê? Recomendação da Anvisa? Da Saúde? De quem? Estamos mexendo com vidas. A molecada abaixo de 20 anos, a chance de não ter nada, uma vez contaminada, é de 99,99%. Compensa o custo benefício da vacina?", disse o presidente.

histórico da vacinação

A vacinação dos adolescentes na capital paulista começou em 18 de agosto de 2021 para grupos prioritários e depois foi aplicada para todos dessa faixa etária. No total, segundo as informações da prefeitura, mais de 28 milhões de doses foram utilizadas na cidade.

Quase dois meses depois, em 15 de outubro, o município chegou à marca dos 100% dos adolescentes vacinados com a primeira dose.

No fim de novembro, a gestão municipal optou por uma campanha mais incisiva e foi às escolas em busca dos jovens de 12 a 17 anos para acelerar o esquema vacinal dessa faixa etária.

À época, quase 585 mil adolescentes, que já poderiam estar com o ciclo completo de vacinação na cidade de São Paulo, ainda não haviam tomado a segunda dose.

Atualmente, estão liberados par a essa faixa etária os imunizantes da Pfizer e da Coronavac. Enquanto a primeira vacina foi liberada pela Anvisa em 11 de junho do ano passado, a segunda foi autorizada em 20 de janeiro.

A gestão Ricardo Nunes (MDB) recomenda duas doses adicionais aos adolescentes com imunossupressão. A primeira deve ser aplicada pelo menos oito semanas (56 dias) após a última dose do esquema vacinal (segunda dose da Pfizer) e a segunda pelo menos quatro meses (122 dias) após a primeira dose adicional da Pfizer.

Na capital paulista, adolescentes e adultos podem ser imunizados em mega drive-thrus e megapostos, das 8h às 17h, e em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e AMAs/UBSs Integradas, das 7h às 19h.

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