Inquérito da Polícia Civil isenta Prevent Senior de crimes contra pacientes

Investigação descartou que mortes ocorreram em decorrência da prescrição do chamado kit Covid

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São Paulo

Investigação da Policia Civil de São Paulo isentou funcionários da operadora de saúde Prevent Senior dos crimes de homicídio e tentativa de homicídio em decorrência da prescrição para pacientes com coronavírus do chamado kit Covid, coquetel de medicamentos sem eficácia comprovada.

Segundo o inquérito instaurado pela delegada Lisandrea Colabuono, da 1ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes contra a Liberdade Pessoal, a análise de prontuários médicos não comprovou imperícia ou negligência por parte dos médicos da operadora, conforme denúncia.

No relatório final, a delegada ressaltou que a investigação afastou "qualquer motivação político-partidária". Segundo a Prevent Senior, a empresa é "vítima do sistema político".

Fachada do hospital Sancta Maggiori da Prevent Senior na rua Maestro Cardin no Paraíso
Operadora de saúde Prevent Senior é isenta de crimes contra pacientes, segundo inquérito da Polícia Civil - Rubens Cavallari 20mar20/Folhapress

A investigação analisou o prontuário de cinco pacientes da operadora que morreram no início da pandemia em decorrência de sintomas respiratórios, entre eles, o infectologista Antony Wong e Regina Hang, mãe do empresário Luciano Hang.

A delegada ouviu os médicos denunciantes do uso do kit Covid pela Prevent Senior. Em depoimento, eles não confirmaram que algum paciente tenha morrido devido ao uso dos medicamentos, apesar de terem sido prescritos sem a devida realização de exames e análise prévia do prontuário.

Além dos laudos periciais feitos por médicos legistas, o inquérito policial se baseou em análises técnicas da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

"Criminalizar as condutas médicas, neste caso, seria condenar inúmeros médicos e servidores da saúde que atuaram e perderam suas vidas nesse embate contra esse novo vírus até então desconhecido", escreveu a delegada.

Para o advogado da empresa, Aristides Zacarelli Neto, a conclusão do inquérito "é o primeiro resultado de uma investigação técnica que mostra que a Prevent Senior foi alvo de uma injustiça semelhante à sofrida pela Escola Base há quase 30 anos".

Concluída no início de abril, a CPI da Prevent Senior feita pela Câmara Municipal de São Paulo acusou 20 pessoas ligadas à empresa por 52 crimes em relatório final.

Na lista de acusados estão os donos da operadora de saúde, os irmãos Fernando e Eduardo Parrillo, o ex-diretor-executivo Pedro Benedito Batista Júnior, além de outros seis integrantes do pentágono, nome dado à cúpula da empresa.

A Prevent Senior contestou o relatório e afirmou que "tem total interesse em que investigações técnicas, sem contornos políticos, possam restabelecer a verdade dos fatos".

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