Descrição de chapéu Coronavírus

Paxlovid, da Pfizer, é vista como a terapia mais potente para Covid, diz OMS

Testes e potencial de interações medicamentosas podem limitar o uso

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Natalie Grover
Londres | Reuters

A Organização Mundial da Saúde (OMS) endossou nesta quinta-feira (21) o uso do tratamento antiviral oral contra Covid-19 dos laboratórios Pfizer para pacientes de alto risco, depois que uma análise de dados de testes pela agência da ONU mostrou que a terapia reduziu drasticamente o risco de hospitalização.

A recomendação ocorre quando milhares de pessoas morrem de Covid-19 todas as semanas, apesar de a taxa de infecção global estar em declínio. Dos tratamentos para Covid-19 existentes, o Paxlovid da Pfizer é de longe o mais potente, afirmou a OMS.

Outras terapias incluem o molnupiravir, medicamentos rival da MSD, o remdesivir intravenoso, da Gilead, e tratamentos com anticorpos.

Paxlovid, da Pfizer, é uma das opções de tratamento antiviral oral contra Covid-19 - Jennifer Lorenzini - 8.fev.2022/Reuters

Uma análise da OMS de dois ensaios clínicos do Paxlovid envolvendo quase 3.100 pacientes sugeriu que reduziu o risco de hospitalização em 85%. Em pacientes de alto risco –aqueles com mais de 10% de risco de hospitalização–, o uso de Paxlovid pode levar a 84 hospitalizações a menos por 1.000 pacientes, disse a agência.

"Essas terapêuticas não substituem a vacinação. Elas apenas nos dão outra opção de tratamento para os pacientes infectados que correm maior risco", disse Janet Diaz, líder em manejo clínico da OMS, referindo-se a pacientes com condições crônicas subjacentes, imunocomprometidos ou não vacinados.

No entanto, existem desafios que podem limitar a adoção do Paxlovid. Como ele precisa ser tomado nas fases iniciais da doença para ser eficaz, o acesso a testes rápidos e precisos é imprescindível para identificar os pacientes.

Ele também pode interagir com muitos medicamentos comuns, o que complica seu uso. Além disso, o Paxlovid não foi investigado para uso em mulheres grávidas, lactantes ou crianças.

Esses fatores fizeram com que a oferta de Paxlovid superasse a demanda em países onde já está disponível há algum tempo.

A Pfizer tem e continua fechando acordos para vender o tratamento em vários países, mas os detalhes de preços geralmente permanecem confidenciais.

No início deste ano, a empresa disse que esperava que o Paxlovid gerasse US$ 22 bilhões (R$ 101,64 bilhões) em vendas em 2022. A farmacêutica norte-americana concordou em vender até 4 milhões de tratamentos ao Unicef (Fundo das Nações Unidas para as Crianças) para uso em 95 países de baixa renda, que abrangem pouco mais da metade da população mundial.

Esse acordo representa pouco mais de 3% da produção projetada pela Pfizer de 120 milhões de tratamentos este ano.

Mais de 30 fabricantes de medicamentos genéricos também foram autorizados a fabricar versões mais baratas do medicamento para vender nos 95 países, mas essas versões copiadas de fontes com garantia de qualidade provavelmente não estarão prontas em curto prazo, disse a OMS, destacando que a falta de transparência nos preços pode significar que os países de baixa e média renda serão empurrados para o final da fila, como aconteceu com as vacinas contra Covid.

Separadamente, a OMS também atualizou sua recomendação sobre o remdesivir da Gilead, dizendo que deve ser usado em pacientes leves ou moderados de Covid-19 com alto risco de hospitalização.
Anteriormente, havia recomendado seu uso em todos os pacientes com Covid-19, independentemente da gravidade da doença.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.