Descrição de chapéu Interior de São Paulo

Dengue faz Araraquara (SP) reativar hospital de campanha criado para Covid

Doença já causou 10 mortes, número maior que o do último ano de epidemia na cidade

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Ribeirão Preto e São Paulo

Depois de sofrer os impactos da pandemia da Covid-19, Araraquara (a 273 km de São Paulo) enfrenta uma epidemia de dengue em 2022 que já resultou em mais de 5.000 casos da doença e dez mortes.

O cenário fez a prefeitura reabrir o hospital de campanha que foi utilizado no combate ao coronavírus e a espalhar armadilhas para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, em toda a cidade.

O total de óbitos já supera inclusive o último ano de epidemia na cidade, 2019, quando foram registrados 23.134 casos da doença, dos quais 16.911 no primeiro trimestre, com sete mortes.

Funcionário aplica inseticida em terreno municipal que serve de depósito para carcaças de carros abandonados
Ação de combate à dengue realizado pela Secretaria Municipal da Saúde em terreno no Jaçanã, zona norte da capital - Zanone Fraissat/17.nov.21/Folhapress

Já foram registrados 5.423 casos neste ano, com predominância da circulação do tipo 1 da dengue. A doença tem quatro subtipos e os infectados só ficam imunizados contra o tipo que contraiu.

"Espalhamos 960 armadilhas na cidade para capturar o mosquito. Isso ajuda a identificar se o mosquito está com o vírus da dengue e em que local ele está circulando", afirmou a secretária da Saúde de Araraquara, Eliana Honain.

O hospital de campanha foi reaberto no último dia 15 de março como centro de atendimento da dengue, para atender pacientes das 7h às 21h com consultas, exames e reidratação.

De acordo com a secretária, os fatores que contribuíram para o retorno da epidemia de dengue estão o fato de a cidade integrar uma região que tem características propícias para o mosquito, o regime cíclico da doença e a população suscetível ao tipo 1 da doença.

"A última epidemia foi com o tipo 2 e agora temos o tipo 1. E também tivemos problemas da pandemia. Apesar de não termos parado as ações casa a casa e a nebulização, houve dificuldades em autorizar a entrada de agentes nas residências por causa da Covid."

Mesmo assim, segundo ela, foram feitas mais de 400 mil visitas nos imóveis da cidade no ano passado, que concentram 80% dos criadouros do mosquito.

Pelo país

O cenário de Araraquara não difere muito do panorama nacional. Em apenas quatro meses, o Brasil registrou quase o mesmo total de casos de todo o ano passado. Foram 542 mil notificações, ante as 544 mil de 2021, de acordo com o Ministério da Saúde.

Em comparação com o primeiro quadrimestre do ano passado, 2022 representou um aumento de 113% nos casos, ainda segundo o boletim epidemiológico do ministério.

As visitas aos domicílios neste ano viraram um problema para alguns moradores, já que o Controle de Vetores identificou golpistas que estariam se passando por agentes para entrar nos imóveis e cometer furtos.

Conforme o órgão, a orientação é que os moradores prestem atenção na identificação dos agentes antes de liberar o acesso aos imóveis. Os funcionários usam camiseta cinza e colete marrom e circulam em carros oficiais.

"O combate não depende só do poder público. Dependemos da junção de todos para eliminar o mosquito, só assim vamos conseguir", disse a secretária.

Entre os sintomas da dengue estão febre, dores (na cabeça, no corpo e atrás dos olhos) e manchas avermelhadas no corpo.

Estado

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que, do início de janeiro até o último dia 2 de maio, registrou 107,4 mil casos de dengue no estado, sendo que 77 pessoas morreram. No mesmo período de 2021, foram 104 mil casos da doença e 41 óbitos.

Nos cálculos do governo, a cidade de Votuporanga foi a que mais registrou casos até aqui, com 6,6 mil notificações da doença. Depois de Araraquara, as cidades com mais registros são: São José do Rio Preto (4,8 mil), São Paulo (4,1 mil) e Birigui (3,7 mil).

Ainda conforme dados da Secretaria de Estado da Saúde, a cidade de Americana já notificou quatro óbitos pela doença. Na sequência, em números de mortos estão América Brasiliense, Birigui e General Salgado, cada uma com três casos.

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