OMS trabalha em mais orientações para conter propagação de varíola dos macacos

Mais de cem casos confirmados ou suspeitos foram relatados, a maioria deles na Europa

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Jennifer Rigby Natalie Grover
Londres | Reuters

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está trabalhando em mais orientações para os países sobre como mitigar a propagação da varíola dos macacos, em meio a preocupações de que os casos possam aumentar ainda mais nos meses de verão no Hemisfério Norte, disse à Reuters um conselheiro sênior da agência, que pertence à ONU.

Com base nos casos identificados até agora, a OMS trabalha com a hipótese de que o surto esteja sendo causado por contato sexual, disse David Heymann, presidente do Grupo Consultivo Estratégico e Técnico sobre Riscos Infecciosos com Potencial de Pandemia e Epidemia. Ele liderou uma reunião sobre o surto nesta sexta-feira (20).

A varíola dos macacos é uma doença infecciosa geralmente leve, e é endêmica em partes da África Ocidental e Central. Ela é transmitida por contato próximo, o que significa que pode ser contida com certa facilidade por meio de medidas como isolamento e higiene assim que um novo caso é identificado.

Paciente com lesões causadas por varíola dos macacos em registro feito durante investigação de surto na República Democrática do Congo, nos anos 1990 - CDC/Brian W.J. Mahy/Reuters

O surto em 11 países é altamente incomum, de acordo com cientistas. Mais de cem casos confirmados ou suspeitos foram relatados, a maioria deles na Europa.

Identificada primeiramente em macacos, a doença raramente se propagou para além da África, o que fez a atual série de casos levantar preocupações.

Cientistas, no entanto, não esperam que o surto evolua para uma pandemia como a Covid-19, já que o vírus não se transmite com tanta facilidade como o Sars-Cov-2.

A varíola do macaco é uma doença viral leve, caracterizada por sintomas como febre e erupções cutâneas características.

"Com vários casos confirmados no Reino Unido, Espanha e Portugal, este é o maior e mais generalizado surto de varíola do macaco já registrado na Europa", afirmou o serviço médico das Forças Armadas da Alemanha, que detectou o primeiro caso no país nesta sexta.

Fabian Leendertz, do Instituto Robert Koch, da Alemanha, descreveu o surto como uma epidemia.

"Embora seja muito improvável que essa epidemia dure muito. Os casos podem ser bem isolados através do rastreamento de contato, e há também remédios e vacinas eficazes que podem ser utilizadas se for necessário", disse.

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