Reforma fecha pronto-socorro do Hospital São Paulo por quatro meses

Em caso de emergência, pacientes deverão procurar a UPA 24 horas mais perto de onde moram; capital paulista tem 23 UPAs

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São Paulo

O pronto-socorro do Hospital São Paulo ficará fechado por quatro meses para reforma, a partir de segunda-feira (23). Os demais setores não serão afetados e continuarão em funcionamento.

A instituição, que fica na Vila Clementino (zona sul da capital paulista), é ligada à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Segundo a SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), que gerencia a unidade no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde), a orientação é que os pacientes busquem a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24 horas mais perto de onde moram.

A imagem mostra a entrada de um pronto-socorro com uma ambulância do Samu, nas cores branca e vermelha na porta
Pronto-Socorro do Hospital São Paulo, na Vila Clementino, zona sul da capital paulista - Ronny Santos - 30.mar.2017/Folhapress

Atualmente, a capital paulista conta com 23 UPAs. A da Vila Mariana, que é referência para o Hospital São Paulo devido à proximidade entre os serviços, tem capacidade para realizar 22 mil atendimentos mensais. ​

A Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde), órgão estadual responsável pelos encaminhamentos médicos ambulatoriais e de urgência, deverá destinar as demandas para outros hospitais do município e da Grande São Paulo.

De acordo com Sandra Campos, diretora técnica do hospital, a unidade recebe entre 400 e 800 pacientes diariamente. Os R$ 8 milhões para a reforma foram liberados pelo governo de São Paulo em caráter emergencial.

No dia 25 de abril, o governador Rodrigo Garcia (PSDB) assinou uma autorização para um repasse de R$ 58 milhões para o Hospital São Paulo —R$ 50 milhões para custeio e R$ 8 milhões para reforma. O hospital, que acumula dívida de R$ 450 milhões, recebe cerca de R$ 22 milhões por mês em repasses federal e estadual e gasta, em média, R$ 30 milhões.

Serão feitas adequações sanitárias, de conforto e de acessibilidade, respeitando a atualização das normas vigentes, de modo a garantir maior segurança e qualidade dos serviços.

"A reforma do PS do Hospital São Paulo contempla a renovação das redes elétrica, hidráulica, gases a área de gerador, além de separação de entrada infantil e adulta, entre outras adequações necessárias para cumprimento das normas sanitárias e de segurança atuais", afirma Nacime Mansur, diretor–superintendente do HSP/HU Unifesp.

"Esse prédio foi inaugurado em 1972 e até meados de 1978, 1979 funcionou como ambulatório. Ele foi construído para ser um ambulatório, quando se transferiu o PS para lá. O prédio também tem uma estrutura antiga. Então, era necessário e importante fazer essa atualização e adequação às normas sanitárias atuais. O paciente terá melhor assistência e o profissional um ambiente mais funcional para prestar essa assistência", diz Sandra Campos.

Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde afirmou que a Cross realiza hoje cerca de dez transferências diárias para o Hospital São Paulo. "Os pacientes que eram encaminhados ao pronto-socorro do Hospital São Paulo serão regulados para outras referências da Grande São Paulo", diz o texto.

A reportagem questionou a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a estratégia que será adotada para não sobrecarregar as UPAs devido ao fechamento do PS do Hospital São Paulo.

Segundo a SMS (Secretaria Municipal da Saúde), no dia 12 de maio, foi realizada uma reunião entre os gestores estaduais, municipais e do Hospital São Paulo, para tratar sobre os atendimentos realizados pela unidade e a possibilidade de remanejamento a outros equipamentos durante a reforma.

A SMS recomendou que o Hospital São Paulo mantenha uma sala para atendimentos de emergência a pacientes graves que possam ser acolhidos; que sejam feitos o acolhimento e a classificação de risco de todos que procurarem o hospital, e que sejam referenciados para unidade pré-hospitalar mais próxima dos usuários os classificados como verde, azul ou branco (menor gravidade) com condições de serem removidos.

A secretaria também recomendou que seja mantido o atendimento a todos os pacientes classificados como vermelho, laranja e amarelo (urgência e emergência) e o das especialidades oftalmologia e otorrinolaringologia.

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