A cidade de Serra Negra (140 km de SP) voltou a tornar obrigatório o uso de máscaras em escolas e recomendou a utilização do item de proteção em locais públicos e em estabelecimentos comerciais —além do transporte público e em unidades de saúde e hospitais.
Um decreto publicado no último dia 12, assinado pelo prefeito Elmir Chedid (União Brasil), afirma que a medida é necessária em razão do aumento dos casos de Covid-19 no município.
Segundo a prefeitura, no início do mês de abril eram registrados, em média, três casos por semana. No fim de mês, a média semanal já estava em torno de 15 registros, e saltou para 57 casos na primeira semana de maio.
"Conforme dados da Secretaria de Saúde, nas últimas seis semanas foram registrados 85 casos, sendo cerca de 25% na faixa etária de 10 a 20 anos", diz a prefeitura.
Com 29,5 mil habitantes, Serra Negra contabilizava até este domingo (15) 4.885 casos de Covid-19, desde o início da pandemia, e 84 mortes, segundo dados do governo do estado.
Em janeiro, Chedid já havia tomado uma medida polêmica quando prometeu multar em R$ 1.000 quem estivesse com o contaminado pelo coronavírus e não ficasse em isolamento.
O uso de máscaras deixou de ser obrigatório no estado de São Paulo em 17 de março, após anúncio feito pelo então governador João Doria (PSDB), que no mês seguinte deixou o cargo para tentar concorrer à Presidência da República.
No mesmo dia, escolas de São Paulo anunciaram que não iriam exigir mais o item de proteção.
As prefeituras, entretanto, podem optar por manter medidas mais rígidas para o uso de máscara, de acordo com a realidade epidemiológica local.
Em nota neste domingo (15), o governo do estado informou que não há qualquer previsão, neste momento, para que o uso de máscaras volte a ser obrigatório ou que seja adotada qualquer outra medida restritiva.
Para Renato Kfouri, pediatra, infectologista e diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), a exigência de máscaras nas escolas, no caso de Serra Negra, é correta. Ele afirma que há um aumento de casos em todas as faixas etárias e que surtos em colégios têm sido mais frequentes, o que tem feito, inclusive, alguns suspenderem as aulas.
"São múltiplos contatos de transmissão em um ambiente fechado", afirma o médico, lembrando que crianças menores de 5 anos ainda não podem ser imunizados no país contra a Covid-19.
Kfouri afirma ainda que o uso de máscaras em ambientes fechados, como nas escolas, funciona para evitar a contaminação. "A gente já aprendeu que no momento de mais tranquilidade se flexibiliza. E quando tem alta de casos, é preciso endurecer medidas. O que não pode é ter criança fora da escola mais uma vez", diz.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, São Paulo tem, em uma média de sete dias, 3.638 novos casos de Covid-19. "Ou seja, 78% a menos que o pico do início deste ano, quando a mesma média chegou a 16.642 casos", diz em nota.
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