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Síndrome respiratória continua em crescimento no Brasil, diz Fiocruz

Covid-19 tem forte relação com novos casos e mortes; 18 estados têm tendência de crescimento

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São Paulo

Os casos de síndrome respiratória aguda grave (Srag) continuam em crescimento no Brasil, aponta nova edição do boletim do Infogripe, da Fiocruz. O documento estima que o país teve 6.000 casos entre os dias 15 e 21 de maio.

O número indica uma tendência de crescimento tanto em curto prazo, definido em relação a dados das últimas três semanas, como em longo prazo, que considera informações de seis semanas atrás.

Junto com sua mãe Carita, a criança Polliana ficou internada em hospital após ter Covid-19 - Danilo Verpa/Folhapress

"Nós estamos em uma situação que já não tem mais dúvida. Muitos estados do país estão em uma situação bastante clara de aumento de números de novos casos semanais [de Srag]", afirma Marcelo Gomes, coordenador do Infogripe.

Ele diz que esse aumento é causado principalmente pela Covid-19. O novo relatório aponta que nas últimas quatro semanas 48% dos novos casos têm ligação com a doença —no caso das mortes, a taxa sobre para 84%.

Desde o início do ano, mais de 141 mil casos de Srag já foram notificados, sendo que em metade deles o paciente recebeu algum diagnóstico de infecção por algum vírus respiratório, a maioria o Sars-CoV-2.

Segundo o especialista, a Covid só não predomina na faixa etária até quatro anos. Nesse grupo, a maior parte dos casos está ligado ao vírus sincicial respiratório (VSR).

Gomes alerta que essa alta de casos de VSR entre crianças, que é comum para essa época do ano, pode deixar a situação ainda mais preocupante se a Covid também crescer nessa faixa etária —que está ainda mais vulnerável por não ter a vacinação contra o Sars-CoV-2 liberada no país.

"O VSR já está causando muita internação. Voltando a ter casos de Covid, essa faixa etária vai se internar e encontrará os hospitais pediátricos já sobrecarregados", diz.

Em todo o país, apresentaram tendência de aumento em relação às últimas seis semanas o Distrito Federal e 17 estados: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Além disso, 19 capitais também registram alta.

Nesse cenário, o coordenador do Infogripe defende a necessidade de novas medidas sanitárias, incluindo a utilização de máscaras em transportes públicos. Ele também afirma que o aumento da cobertura vacinal contra a Covid-19 pode ajudar. "A proporção de adultos com a dose de reforço está muito baixa. E isso cobra seu preço", afirma Gomes.

"Os casos de Covid que desencadeiam uma síndrome respiratória aguda grave são justamente os que as vacinas ajudam a proteger", conclui.

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