A cidade de São Paulo começa na próxima quarta-feira (22) a aplicar a quarta dose da vacina contra a Covid-19 a quem tem 45 anos ou mais. É preciso ter recebido a imunização anterior há ao menos quatro meses.
Nesta segunda-feira (20), o Ministério da Saúde anunciou que o reforço na vacinação para quem tem a partir de 40 anos está liberado em todo o país.
A ampliação da quarta dose para a população com idade entre 40 a 49 anos ocorrerá de forma escalonada na capital paulista.
À TV Globo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse que São Paulo não tem vacina suficiente para vacinar todos acima de 40 anos de uma vez e que a capital espera a chegada de mais imunizantes para ampliar os grupos.
Ao todo, 1.020.863 pessoas desta faixa etária estão elegíveis para a quarta dose, sendo cerca de 500 mil entre 45 e 49 anos.
Questionada, a Secretaria Estadual da Saúde disse em nota que aguarda nota técnica com definições do Ministério da Saúde, assim como envio de vacinas para ampliar o reforço na imunização.
"O Estado redistribui as doses das vacinas conforme solicitação dos municípios, que têm autonomia para realizar as estratégias de aplicação dos imunizantes", diz a pasta estadual.
A quarta dose para quem tem 50 anos ou mais no estado começou no último dia 6 de junho. Profissionais da saúde a partir de 18 anos também podem receber a segunda dose de reforço
Segundo o governo federal, podem ser usadas vacinas Pfizer, Janssen e Astrazeneca, independentemente da dose aplicada anteriormente.
De acordo com a prefeitura paulistana, até a última quarta-feira (15), véspera do feriado prolongado de Corpus Christi, 65,6% das pessoas do público-alvo já tinham tomado as quatro doses da vacina contra o coronavírus na capital paulista.
No total, a cidade de São Paulo já havia aplicado, até quarta, quase 32,5 milhões de doses do imunizante contra a Covid-19.
Em outros grupos, quem tem a partir de 12 anos já pode receber a terceira dose (ou primeira de reforço) da vacina.
Crianças a partir de 5 anos de idade também já podem ser vacinadas com as duas primeiras doses da vacina.
Já terceira dose de reforço (equivalente à quinta dose) está sendo aplicada em pessoas com alto grau de imunossupressão com 50 anos ou mais. São pacientes em tratamento contra o câncer, transplantados, pacientes que fazem hemodiálise e soropositivos para HIV, por exemplo.
Alta de casos
A aplicação da quarta dose da vacina começa em meio a uma nova alta de casos. Segundo a prefeitura, a rede municipal de saúde está com 69% de ocupação na taxa de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para pacientes com Covid-19 na rede municipal.
Boletim divulgado domingo (19) mostra que os hospitais administrados pela prefeitura tinham 354 pessoas internadas com a doença. Em 19 de maio eram 110, uma alta de 222% em um mês.
Em meio ao crescimento de casos de Covid-19, a Secretaria Municipal da Saúde anunciou no último dia 13 que 50 novos leitos seriam disponibilizados para tratar pacientes com a doença ou com síndrome respiratória aguda grave.
O Brasil registrou 47 mortes por Covid neste domingo. Com isso, o país tem uma média móvel de 133, o que representa um aumento de 73% comparado ao dado de duas semanas atrás. Esse percentual é o maior desde 10 de fevereiro, data em que o país teve um crescimento de 85% na média de óbitos. Nos últimos dias, foi observado um crescimento paulatino na média de mortes.
A ampliação da quarta dose também ocorre em meio à estagnação da cobertura vacinal e à enorme quantidade de vacinas contra a Covid-19 em estoque.
Como mostrou a Folha, quase 28 milhões de doses perderão a validade nos próximos dois meses. São ao menos 26 milhões de unidades da Astrazeneca e 1,92 milhão da Pfizer.
Fora de SP
O Governo de Pernambuco autorizou, nesta segunda-feira (20), os municípios a iniciarem a aplicação da quarta dose da vacina contra a Covid-19 nas pessoas a partir dos 40 anos de idade que receberam a terceira dose há pelo menos quatro meses.
A segunda dose de reforço pode ser administrada com os imunizantes da AstraZeneca, Janssen ou Pfizer. Já as gestantes e puérperas devem ser vacinadas com Pfizer ou, em caso de falta, com a Coronavac, de acordo com a Secretaria de Saúde.
Pessoas de 18 a 39 anos que receberam a dose única da Janssen e o reforço com o mesmo imunizante precisarão tomar mais uma dose de reforço da vacina. Já as pessoas com mais de 40 anos precisam tomar duas doses de reforço.
"Até então, essas pessoas tomavam a dose única [da Janssen] com uma dose de reforço. Agora, com os estudos demonstrando a redução da efetividade da vacina, será necessário fazer mais um reforço. Agora, o esquema vacinal da Janssen se equipara ao esquema da Astrazeneca, já que as duas têm a mesma tecnologia, a de vetor viral", afirma Ana Catarina de Melo, superintendente de imunizações da Secretaria de Saúde de Pernambuco.
As secretarias da Saúde de Rio Grande do Sul e de Santa Catarina declararam que ainda não receberam a nota técnica do Ministério da Saúde referente à ampliação da dose de reforço.
No Rio Grande do Sul, a secretaria aguarda a confirmação do governo federal para realizar uma CIB [Comissão Intergestores Bipartite] com os gestores municipais e autorizar a vacinação onde houver doses disponíveis.
A secretaria gaúcha pondera que os municípios têm autonomia para determinar quais idades já podem receber a nova dose do imunizante. Em Porto Alegre, por exemplo, a quarta dose ainda está sendo ministrada apenas para pessoas acima dos 58 anos. A terceira, para adolescente acima de 15 anos.
Conforme o governo gaúcho, por questões de condições de armazenamento e prazos de validade, os municípios gaúchos estão recebendo remessas semanais de vacinas. Via de regra, a quantia enviada se baseia na média da semana anterior com um pequeno acréscimo.
No estado, 58,5% da população vacinável está com o esquema vacinal completo e 86% está com as duas primeiras doses efetuadas.
Em Santa Catarina, desde 6 de junho a quarta dose já está à disposição para pessoas acima de 50 anos, público que deve ser ampliado para 40 anos com a nova diretriz.
Porém, há dificuldade de completar o esquema vacinal do público acima de 18 anos (terceira dose): dos 295 municípios catarinenses, 186 (63%) estão com menos de 60% da população com três doses recebidas.
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