Casos de varíola dos macacos estão mais difíceis de detectar, diz órgão dos EUA

Registros recentes têm sintomas mais leves e limitados, podendo passar despercebidos

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São Paulo | AFP

Especialistas em saúde dos Estados Unidos informaram na última sexta-feira (10) que os casos de varíola dos macacos detectados até o momento não necessariamente manifestam os sintomas habituais, o que dificulta o diagnóstico da doença.

Os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) destacam que a identificação de casos tem sido crucial para reduzir a propagação da doença.

"Vimos manifestações de varíola dos macacos que são leves e às vezes limitadas apenas a algumas áreas do corpo, o que difere da manifestação clássica vista em países endêmicos da África Central Ocidental", disse Rochelle Walensky, diretora dos CDC.

Vírus da varíola dos macacos ampliado em microscópio - Cynthia S. Goldsmith/Russell Regner/CDC/AP/dpa/picture alliance

"Isso levantou preocupações de que alguns casos podem passar despercebidos ou não diagnosticados", acrescentou a diretora dos CDC, pedindo maior vigilância entre profissionais médicos e o público em geral.

Os casos atuais nem sempre apresentam sintomas associados à gripe, como febre, dores no corpo e gânglios inchados que comumente precedem a erupção característica da doença.

Além disso, enquanto os casos de erupção cutânea geralmente aparecem em todo o corpo, muitos dos casos atuais apresentam esse sintoma apenas em determinadas áreas.

"É importante notar que os casos de varíola podem ter semelhanças com algumas infecções sexualmente transmissíveis", como herpes, "e podem ser confundidos com outros diagnósticos", disse Walensky.

Os Estados Unidos até agora relataram 45 casos, o dobro do número registrado na semana passada, sem mortes associadas nesses relatórios. Em 9 de junho, cerca de 1.300 casos foram identificados em todo o mundo, disse a diretora.

A transmissão da doença requer contato próximo e prolongado entre duas pessoas. Os Estados Unidos estão contando particularmente com a vacinação para conter a epidemia.

O país tem 100 milhões de doses da vacina ACAM2000, mas está em processo de obtenção de doses de outra vacina mais moderna, a Jynneos, disse a responsável.

No final de maio, os Estados Unidos tinham apenas mil doses, disse Dawn O'Connell, funcionária do Departamento de Saúde, na sexta-feira. Outras 300.000 doses devem chegar nas próximas semanas, acrescentou.

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