Casos de varíola dos macacos sobem para 3.200, e OMS cobra transparência

Soma se refere a notificações de 48 países; segundo a organização, houve confirmação de uma morte

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Genebra (Suíça) | AFP

A OMS (Organização Mundial da Saúde) pediu nesta quinta-feira (23) vigilância e transparência frente ao surto de varíola dos macacos, que já soma mais de 3.200 casos.

A organização reuniu especialistas de vários países para determinar se a situação constitui ou não uma "emergência de saúde pública de alcance internacional", como ocorre com a pandemia de Covid-19. Mas decisão alguma deve ser tomada antes de sexta-feira (24).

Amostra com teste positivo para varíola dos macacos - Reuters

"A OMS pede a todos os Estados-membros que compartilhem informação conosco", disse o diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante a reunião. "Em outras epidemias, às vezes vimos as consequências da falta de transparência dos países, de não compartilhar informação", acrescentou.

Desde maio há um recrudescimento incomum nos casos de varíola dos macacos fora dos países do centro e do oeste da África, e a Europa está no centro da propagação do vírus.

Tedros explicou que, há pouco mais de seis semanas, a OMS foi informada da detecção de três casos de varíola dos macacos no Reino Unido, em pessoas que não tinham viajado recentemente para fora do país.

"Desde então, foram confirmados mais de 3.200 casos (...) e um óbito, em 48 países. Além disso, até este momento do ano, foram notificados cerca de 1.500 casos suspeitos (...) e cerca de 70 mortes na África central, sobretudo na República Democrática do Congo, República Centro-Africana e Camarões", acrescentou. "Precisamos que todos os países continuem vigilantes."

Conhecida no ser humano desde 1970, a varíola dos macacos é uma doença considerada rara e menos perigosa e contagiosa do que a varíola, erradicada em 1980.

Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, inflamação dos gânglios linfáticos e falta de energia. Em seguida surgem erupções no rosto, nas palmas das mãos e nas solas dos pés, além de lesões, pústulas e, finalmente, crostas. Costuma se curar em cerca de três semanas.

A OMS considera provável que haja muito mais casos do que os declarados e avalia que o vírus já devia circular antes do surto atual —talvez desde 2017— sem que sua transmissão tenha sido detectada.

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