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CDC libera vacina contra Covid para bebês a partir de seis meses

Vacinação para essa faixa etária pode começar nos EUA na próxima semana; estão autorizadas Moderna e Pfizer

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Washington e São Paulo | Reuters

O CDC (Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) aprovou neste sábado (18) a recomendação de vacinação contra a Covid-19 para crianças com seis meses ou mais. Assim, a nova etapa de imunização pode começar na próxima semana nos EUA.

A votação dos especialistas do CDC teve placar de 12 a 0 a favor da medida. Após a decisão do painel, a recomendação foi confirmada pela diretora do CDC, Rochelle Walensky.

"Sabemos que milhões de pais e responsáveis estão ansiosos para vacinar seus filhos pequenos e, com a decisão de hoje, eles podem", disse Walensky, em comunicado.

Criança recebe vacina da Pfizer contra a Covid, em Los Angeles, na Califórnia
Criança recebe vacina da Pfizer contra a Covid, em Los Angeles, na Califórnia - 5.nov.2021 - Frederic J. Brown/AFP

A confirmação do CDC veio após a FDA (agência reguladora de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos) autorizar, na sexta-feira (17), a vacina da Moderna para crianças entre seis meses e cinco anos, e a da Pfizer-BioNTech para crianças com entre seis meses e quatro anos. A vacina da Pfizer já está autorizada nos EUA para crianças acima dos cinco anos.

"Esta infecção mata crianças e temos uma oportunidade de impedir isso", disse Beth Bell, uma das médicas do painel, após a votação. "Aqui está uma oportunidade de impedir um risco conhecido."

O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, planeja começar a vacinação dos grupos etários com menos de cinco anos ainda no começo da próxima semana.

Embora muitos pais nos Estados Unidos estejam ansiosos para vacinar seus filhos, não está claro quão forte será a demanda pelas doses. A vacina da Pfizer-BioNTech foi autorizada para crianças de cinco a 11 anos em outubro, mas apenas cerca de 29% das pessoas dessa faixa etária foram totalmente vacinadas até agora, segundo dados federais.

Segundo as recomendações da agência americana, na vacina da Moderna será adotado um esquema de duas doses, com intervalo de um mês, para as crianças a partir de seis meses. Para as imunocomprometidas, pode-se optar por uma terceira dose pelo menos um mês após a segunda dose.

As injeções contêm 25 microgramas do imunizante, um quarto do nível que os adultos recebem. A taxa de eficácia foi de 51% na prevenção da infecção por ômicron para crianças de seis meses a dois anos e cerca de 37% eficaz para aquelas entre dois e cinco anos. ​

Já a vacina da Pfizer- Biontech será administrada em um ciclo de três injeções: duas com intervalo de três semanas e a terceira dois meses após a segunda, cada uma com 3 microgramas do imunizante, um décimo do nível que os adultos recebem. A taxa de eficácia na prevenção da infecção por ômicron foi de 75% em crianças de seis meses a dois anos, e de 82% entre dois e quatro anos.

Embora a vacina da Pfizer-Biontech pareça mais eficaz do que a da Moderna em crianças menores de cinco anos, a FDA ressaltou que os dados são preliminares e que é crucial que os pais que optam por ela garantam que seus filhos recebam a terceira dose. A taxa de eficácia com duas doses foi de apenas 14% para crianças menores de dois anos, e de 33% no grupo entre dois e quatro anos.

Os efeitos colaterais mais comuns das vacinas foram dor no local da injeção, irritabilidade e choro, perda de apetite e sonolência, de acordo com o FDA. Não houve casos de miocardite, um tipo de inflamação do coração, nos ensaios clínicos de ambas as vacinas.

Além dos Estados Unidos, ao menos oito países já vacinam crianças abaixo de cinco anos contra a Covid usando as vacinas Soberana 02, do laboratório Sinopharm, e a Coronavac, que no Brasil está sob análise da Anvisa para aplicação em crianças a partir de três anos.

No Brasil

No Brasil, a vacinação para esse grupo ainda não está aprovada, e os hospitais infantis já registram aumento dos atendimentos nos prontos-socorros e de internação por Covid. Atualmente, a faixa etária entre zero e cinco anos se tornou a de maior risco de hospitalização pela doença, excetuando a população acima de 60 anos, segundo análise da Fiocruz.

Em novembro, esse grupo não representava 5% dos casos semanais de Srag (Síndromes Respiratória Aguda Grave) por Covid-19 no país. De abril em diante, ele passou a responder por até 15% dos registros.

Na faixa etária entre cinco e 11 anos, para a qual a vacina já está liberada desde o início do ano, hoje há pouco mais de 30% das crianças com as duas doses no Brasil.

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