Ministério da Saúde descarta varíola dos macacos como causa de morte em MG

Homem de 41 anos não teve contato com casos suspeitos ou confirmados da doença nem viajou, segundo a pasta

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Brasília

O Ministério da Saúde afirmou nesta quarta-feira (15) que descartou a suspeita de morte por varíola dos macacos em Minas Gerais, a primeira em investigação no país.

A possibilidade foi descartada pela Funed (Fundação Ezequiel Dias), em Minas Gerais —um dos quatro laboratórios que estão à frente dos casos suspeitos da doença, também conhecida pelo nome em inglês "monkeypox". A fundação ainda investiga as causas da morte do paciente.

Segundo o Ministério da Saúde, o homem de 41 anos não teve contato com casos suspeitos ou confirmados da doença nem viajou recentemente. Ele morava em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

Tubo com etiqueta
Amostra de teste para varíola dos macacos, também conhecida como 'monkeypox', com resultado positivo - Dado Ruvic - 22.mai.2022/Reuters

"Nesta quarta-feira (15), o óbito em investigação no estado de Minas Gerais foi descartado para monkeypox pela Fundação Ezequiel Dias. Trata-se de um homem de 41 anos, sem histórico de viagem e sem contato com caso suspeito ou confirmado para a doença. As causas do óbito ainda estão em investigação", afirmou o ministério em nota.

O Brasil tem cinco casos confirmados de varíola dos macacos, sendo três em São Paulo, um no Rio Grande do Sul e um no Rio de Janeiro. Até o momento, outros oito casos estão em investigação no país.

O Ministério da Saúde afirmou que "as medidas de controle foram adotadas de maneira imediata, como isolamento e rastreamento de contatos em voo internacional com o apoio da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)".

"O Ministério da Saúde, por meio da Sala de Situação e do CIEVS Nacional, segue em articulação direta com os estados para monitoramento dos casos e rastreamento dos contatos", reforçou em nota nesta quarta (15).

As duas últimas suspeitas foram confirmadas nesta terça-feira (14), em São Paulo e no Rio de Janeiro. O último paciente de São Paulo com o diagnóstico confirmado tem 31 anos e voltou à capital paulista no dia 6 de junho depois de uma viagem para a Europa.

No Rio de Janeiro, trata-se de um brasileiro de 38 anos que mora em Londres, na Inglaterra. Ele chegou ao Brasil no dia 11 de junho para uma visita à família. O homem e as pessoas com quem ele teve contato estão em isolamento domiciliar. Segundo o ministério, o quadro clínico é estável.

No começo do mês, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou à Folha que o governo estuda a compra da vacina da varíola para grupos específicos, como profissionais de saúde que vivem em regiões de fronteira ou lidam diretamente com os casos.

Com a erradicação da doença, o imunizante parou de ser aplicado no Brasil em 1979 e não está disponível nem no SUS (Sistema Único de Saúde) nem em clínicas de vacinação privadas.

Em um levantamento feito pela Abcvac (Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas) a pedido da Folha, 73% dos associados responderam que aumentou a procura pela vacina.

Os principais sinais e sintomas da varíola dos macacos são febre, erupções na pele e aumento dos gânglios linfáticos (adenomegalia).

A doença já era conhecida, mas vinha sendo registrada principalmente em países africanos. O que deixou a comunidade científica em alerta foi a disseminação rápida do vírus para outros países fora da África.

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