Descrição de chapéu União Europeia África

OMS teme que vírus da varíola dos macacos se instale em países não endêmicos

Casos confirmados já passaram de mil em 29 países fora do continente africano, a maioria na Europa

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Genebra | AFP

O risco de que a varíola dos macacos se estabeleça em países não endêmicos é "real", disse nesta quarta-feira (8) a Organização Mundial da Saúde (OMS), após ter registrado mais de mil casos confirmados.

"O risco da varíola dos macacos se arraigar nos países não endêmicos é real, mas esse cenário pode ser evitado", afirmou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva.

Tedros incentivou os países a aumentar suas medidas de vigilância sanitária para "identificar todos os casos e os casos de contato para controlar esse surto e prevenir o contágio".

Imagem de vírus da varíola dos macacos feita com micróscópio em 2004 por agência do governo alemão - Freya Kaulbars/RKI Robert Koch Institute/AFP

"Já foram notificados à OMS mais de mil casos confirmados de varíola dos macacos em 29 países em que a doença não é endêmica", disse o diretor-geral.

O surto começou em maio, com casos sendo inicialmente identificados em Reino Unido e Espanha. Depois, avançou para outros países europeus, como Portugal, Alemanha e França. Fora da Europa, o Canadá é o que concentra mais casos, com 80. Na América do Sul, a Argentina foi o primeiro a confirmar um caso. Atualmente, são dois. E o Brasil teve o primeiro positivo confirmado nesta quarta (8), em São Paulo.

Segundo a OMS, a maioria dos casos ocorreu em "homens que têm relações sexuais com homens", mas não todos. Foram notificados alguns casos de transmissão comunitária, inclusive em mulheres.

O diretor-geral confirmou que nenhuma morte pela doença foi registrada nesses países. No entanto, relatou uma realidade diferente na África, onde a varíola dos macacos é endêmica. Naquele continente, apenas este ano já foram registrados 1.400 casos, com 66 mortes.

"É um reflexo infeliz do mundo em que vivemos que a comunidade internacional só agora está prestando atenção à varíola dos macacos porque apareceu em países de alta renda", disse Tedros.

Sylvie Briand, diretora do departamento de doenças pandêmicas e epidêmicas da OMS, destacou que "a vacina contra a varíola pode ser utilizada para a varíola dos macacos com um alto nível de eficácia".

No entanto, a OMS não sabe quantas doses estão atualmente disponíveis no mundo. E Tedros reiterou que a organização "não recomenda a vacinação em massa contra a varíola dos macacos".

A doença, que não costuma ser fatal, pode causar febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios linfáticos inflamados, calafrios e fatiga.

Depois aparecem erupções cutâneas (no rosto, palmas das mãos, plantas dos pés), lesões, pústulas e, por fim, crostas. Os sintomas geralmente desaparecem após duas a três semanas.

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