Descrição de chapéu Coronavírus

Coronavac para crianças virá da China e levará 45 dias para chegar após compra

Jean Gorinchteyn diz que Butantan fará importação assim que Ministério da Saúde realizar pedido

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São Paulo

O Instituto Butantan vai importar doses da Coronavac da China para a imunização de crianças de 3 a 5 anos contra a Covid-19. A afirmação foi feita à Folha na noite desta quarta-feira (13) pelo secretário de estado da Saúde de São Paulo, o infectologista Jean Gorinchteyn.

O uso emergencial da Coronavac para crianças de 3 a 5 anos foi aprovado nesta quarta (13) por unanimidade e sem restrições pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Dose de de Coronavac é preparada em Suzano, na Grande São Paulo; dose pediátrica de imunizante é aprovada para crianças de 3 a 5 anos - Mathilde Missioneiro - 10.abr.21/Folhapress

Segundo Gorinchteyn, o estoque de Coronavac é muito pequeno e deve ser usado para quem tomou a primeira dose desta vacina e ainda não apareceu para receber a segunda injeção do imunizante contra Covid.

A partir da encomenda das vacinas pelo Ministério da Saúde ao instituto, diz o secretário, a estimativa é que os imunizantes levem 45 dias para chegar ao Brasil. "Aqui em São Paulo precisamos de dois dias para começar a vacinação em todo o estado", afirmou.

O Ministério da Saúde não informou se há uma estimativa prevista para o início da vacinação de crianças de 3 a 5 anos contra o novo coronavírus, mas disse, em nota, que vai avaliar, junto à Câmara Técnica Assessora em Imunizações o uso do imunizante nesta faixa etária.

Questionado sobre os motivos para não definir se voltará a fabricar Coronavac no Brasil, o Butantan disse nesta quinta-feira (14) que é preciso antes saber qual vai ser a demanda. Ou seja, é essencial que o Ministério da Saúde incorpore a vacina ao PNI e diga quantas doses vai precisar.

Gorinchteyn disse que em São Paulo há 1,1 milhão de crianças da faixa etária liberada para ser vacinada com a Coronavac. "Assim, no estado precisaremos de aproximadamente 2,2 milhões de doses."

Na capital paulista, a prefeitura disse que há 313.826 crianças da nova faixa etária aptas a serem vacinadas.

Segundo o Butantan, o esquema vacinal aprovado segue o mesmo protocolo que é aplicado em crianças maiores de 6 anos e adultos, com mesma dosagem e intervalo de 28 dias entre aplicações.

"O Butantan espera agora que o imunizante seja incorporado ao Programa Nacional de Imunizações [PNI] do Ministério da Saúde, de acordo com a demanda necessária e mediante contratação", afirmou o instituto.

O instituto lembrou que no Chile, uma pesquisa revisada por pares e publicada na revista Nature, feita com 500 mil crianças, mostrou que o imunizante forneceu proteção de 69% contra internação em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e 64,6% contra hospitalização por Covid-19.

O Chile aplica a Coronavac em crianças de 3 a 5 anos desde dezembro de 2021. Outros países que utilizam esta vacina na faixa etária são China, Colômbia, Tailândia, Camboja, Equador e o território autônomo de Hong Kong.

Até 11 de junho deste ano, foram pelo menos mais 291 mortes abaixo dos cinco anos de idade no país, uma média de 1,8 por dia.

A aprovação da Coronavac para crianças a partir de três anos veio após o terceiro pedido feito pelo Butantan.

Atualmente, crianças de 5 a 11 anos podem ser vacinadas com imunizante da Pfizer.

Segundo boletim divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde, 95,3% das crianças nessa faixa etária tomaram a primeira dose na cidade de São Paulo —1.083.159 de vacinas aplicadas. Além disso, 72,4% receberam a segunda —1.013.020 pessoas de 5 anos a 11 anos.

O site do governo estadual com informações sobre vacinação nos municípios paulistas estava fora do ar nesta noite.

As crianças ainda não começaram a receber reforço na imunização contra Covid-19. Adolescentes de 12 a 17 anos, porém, já podem receber a terceira dose, com vacinas da Pfizer.

Na cidade de São Paulo e em alguns municípios da região metropolitana, a segunda dose de reforço, ou quarta vacina, está sendo aplicada a quem tem mais de 35 anos. A marca do imunizante aplicado é a que tiver no posto de saúde.

A Coronavac

Desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e produzida em São Paulo pelo Butantan, a Coronavac teve papel essencial no começo da vacinação, representando 85% das doses aplicadas em março de 2021, por exemplo.

Aprovada emergencialmente pela Anvisa em 17 de janeiro do ano passado, a Coronavac foi a primeira vacina contra a Covid a ser aplicada no Brasil. Aos poucos, porém, foi perdendo espaço para outras marcas.

No último mês de abril, porém,, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que o uso do imunizante passaria a ter seu uso restrito apenas para crianças e adolescentes de 5 a 18 anos, retirando a vacina do PNI para os adultos. Na época, o instituto afirmou à Folha que só tinha pouco mais de 350 mil doses armazenadas em suas instalações e que estavam sendo negociadas para exportação.

A última entrega —10 milhões de doses um lote de 110 milhões de vacinas— da Coronavac ao Ministério da Saúde foi em fevereiro passado.

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