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Primeiras doses de vacina bivalente contra Covid chegam ao Brasil

Foram entregues 1,4 milhão de doses e outros lotes devem chegar nos próximos dias; Saúde ainda não definiu como as vacinas serão utilizadas

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São Paulo

As primeiras doses da vacina bivalente da Pfizer contra Covid chegaram nesta sexta (9) ao Brasil. Houve a entrega de 1,4 milhão de doses do imunizante.

A farmacêutica ainda espera que no domingo (11) e na segunda (12) sejam entregues outros lotes. Com isso, o Brasil contará com 4,5 milhões de doses até o início da próxima semana.

O modelo do imunizante é aquele que utiliza as cepas original do Sars-CoV-2 e da variante ômicron BA.1. Outros 4,4 milhões de doses são esperados até 19 de dezembro.

Fila de vacinação contra a Covid-19 na UBS Nossa Senhora do Brasil, na Bela Vista. Nova onda da doença gera corrida aos postos de saúde para dose de reforço - Danilo Verpa - 9.nov.2022/Folhapress

A Pfizer também desenvolveu outra vacina com as subvariantes BA.4 e BA.5 da ômicron. Nesse caso, a farmacêutica planeja entregar 27,4 milhões de doses desse modelo do fármaco para o Brasil.

Dessa forma, o país teria acesso a 36,3 milhões de doses das duas vacinas atualizadas ao longo de dois meses.

As vacinas receberam no dia 22 do mês passado aprovação emergencial da Anvisa (Agência nacional de Vigilância Sanitária) para serem aplicadas em maiores de 12 anos.

O Ministério da Saúde teve uma reunião com a CTAI (Câmara Técnica Assessora em Imunizações) em 30 de novembro para buscar recomendação de como utilizar os novos imunizantes. Os especialistas do grupo sugeriram que as vacinas sejam utilizadas como dose de reforço somente em grupos de maior risco, como idosos, imunossuprimidos e gestantes.

Para outros públicos, como jovens sem comorbidades, faltam evidências sobre as vantagens que um novo reforço traria em evitar gravidades pela doença.

De forma parecida, essa é a recomendação dada à coordenação da saúde da transição do governo eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Arthur Chioro, ex-ministro da Saúde e integrante da coordenação, afirmou à Folha que um foco importante na transição é regular o esquema de vacinação já recomendado para a população —por enquanto, não se discute a possibilidade de quinta dose para grupos não prioritários.

As indicações dadas pela CTAI vêm no momento em que o ministério planeja o que fazer com as novas vacinas.

"As orientações sobre a distribuição, a aplicação das vacinas e o público-alvo serão publicadas pelo Ministério da Saúde em nota técnica nos próximos dias", disse a pasta.

A Folha entrou em contato com o ministério para entender como estão os trâmites da publicação da nota técnica, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.

Planejamento

Flávia Bravo, diretora da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), afirma que o desenvolvimento da nota técnica por parte do Ministério da Saúde poderia ter sido feito com mais velocidade.

"A gente sempre tem essa ansiedade de acreditar que as coisas poderiam ser mais ágeis e é claro que elas poderiam", afirma.

No entanto, ela também indica que é necessário considerar o quantitativo de doses disponíveis para tomar decisões acertadas do público-alvo. Com esses pontos bem definidos, é possível desenhar um programa de distribuição mais eficaz dos fármacos para as diferentes partes do país.

"Precisa determinar os grupos alvos, que vão sendo ampliados conforme a oferta [da vacina] chega e conforme cumprem as recomendações de tempo [mínimo] de esquema para tomar a dose de reforço", diz.

Mesmo que o reforço atualizado seja importante contra as novas subvariantes do Sars-CoV-2, Bravo chama a atenção para o fato de que as vacinas monovalentes —aquelas com a cepa original do vírus— têm uma eficácia alta para barrar casos graves e mortes da doença.

Por isso, um dos pontos que a diretora da Sbim ressalta é a importância de já cumprir o esquema atual com os imunizantes disponíveis. "O foco principal é aqueles que não estão em dia coloquem sua vacinação em dia, que tomem o reforço com as vacinas disponíveis."

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