Reforço com vacina atualizada contra Covid reduz pela metade risco de internação

Novos imunizantes ajudam a barrar novas variantes do coronavírus, responsáveis pelo aumento de casos

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Benjamin Mueller
The New York Times

As vacinas de reforço atualizadas fortaleceram as defesas de americanos contra a Covid grave, reduzindo o risco de hospitalização em 50%, na comparação com grupos inoculados com as originais. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) divulgou os dados em dois estudos publicados na última sexta-feira (16).

A pesquisa representa a primeira análise do CDC sobre o desempenho das vacinas de reforço reformuladas, adaptadas especialmente para proteger contra variantes recentes da ômicron, na prevenção das consequências graves da infecção pelo vírus, como internações hospitalares.

As autoridades de saúde dos EUA estão incentivando os americanos a receberem as vacinas de reforço atualizadas, na esperança de injetar ânimo em uma campanha de vacinação que vem perdendo força. Mas menos de um quinto dos adultos e apenas um terço das pessoas de 65 anos ou mais já receberam o reforço atualizado.

Profissional de saúde prepara dose de vacina atualizada contra Covid na Pensilvânia, EUA - Hannah Beier - 8.set.22/Reuters

Novas variantes do vírus, mais capazes de driblar o sistema imunológico, vêm ganhando terreno, e nas últimas semanas os casos de Covid e hospitalizações subiram. Em média 375 americanos vêm morrendo de Covid por dia, um aumento de 50% nas duas últimas semanas. Pessoas mais velhas são especialmente afetadas.

O vírus intensifica as dificuldade do sistema de saúde, já pressionado pelo ressurgimento da gripe e do vírus sincicial respiratório (VSR), após dois anos de recuo dessas infecções.

Ao mesmo tempo em que as autoridades de saúde federais incentivam as pessoas a se testarem e a usarem máscara em determinados ambientes, as precauções se tornaram muito menos comuns na prática. Para muitos infectados, ainda é difícil encontrar medicamentos antivirais para a Covid.

"Provavelmente não teremos ondas de Covid como tivemos no passado, o que é bom. Mas isso não significa que não haja pessoas morrendo ainda, e essas vidas poderiam ser salvas se mais pessoas tomassem o reforço", diz David Dowdy, pesquisador na Escola Johns Hopkins Bloomberg de Saúde Pública.

Um estudo do CDC divulgado na sexta examinou como os reforços atualizados protegem as pessoas contra idas a serviços de emergência e contra hospitalizações por Covid em sete sistemas de saúde. O estudo analisou cerca de 15 mil hospitalizações registradas de meados de setembro a novembro, quando boa parte dos casos de Covid foram causados pela variante BA.5 da ômicron, que é alvo, em parte, dos reforços atualizados.

Mas, desde então, versões mais evasivas da ômicron, conhecidas como BQ.1 e BQ.1.1, tornaram-se mais comuns, e não está claro até que ponto as conclusões do estudo são relevantes para as variantes mais novas.

Durante o período da BA.5, pessoas que haviam recebido os reforços atualizados apresentavam chance de hospitalização 57% menor que pessoas não vacinadas, 38% menor que pessoas que haviam recebido doses da vacina original há pouco tempo, e 45% menor que pessoas cuja última dose da vacina original tinha sido tomada pelo menos 11 meses antes.

Mas o estudo do CDC não analisou se os pacientes haviam sido infectados com o vírus anteriormente, potencialmente fazendo as vacinas atualizadas parecerem menos eficazes do que são. E a pesquisa não levou em conta a possibilidade de certos setores da população apresentarem probabilidade maior de terem recebido medicamentos como o Paxlovid, algo que pode ter influenciado os resultados.

Um segundo estudo analisou os benefícios dos reforços atualizados para americanos idosos em 22 hospitais, entre o início de setembro e o final de novembro.

Nesse público com 65 anos ou mais, as vacinas atualizadas reduziram o risco de hospitalização por Covid em 84% na comparação com pessoas não vacinadas e em 73% em relação a pessoas que receberam pelo menos duas doses das vacinas originais.

Cientistas do CDC disseram que as estimativas mais altas de eficácia da vacina em pessoas mais velhas podem refletir uma variedade de diferenças nos grupos específicos de pacientes sendo estudados.

Tradução de Clara Allain

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