Após 50 anos, Zito derruba lenda sobre jogadores e Feola
José Eli de Miranda, o Zito, foi imortalizado na Copa do Mundo de 1958 como um dos quatro jogadores que começaram como reservas e terminaram sendo titulares. Ao lado de Pelé, Garrincha e Vavá, ele ajudou a reverter um início de competição mediano e a sacramentar uma trajetória vitoriosa e histórica da seleção brasileira.
Do time que jogou a estréia no Mundial (vitória por 3 a 0 sobre a Áustria), o primeiro a entrar foi Vavá, no lugar de Dida. Após o empate com a Inglaterra em 0 a 0, na segunda rodada da fase inicial, o técnico Vicente Feola resolveu alterar três jogadores para o jogo com a URSS, sacando Dino Sani, Mazola e Joel para colocar Zito, Pelé e Garrincha.
O resultado foi um triunfo de 2 a 0 sobre o "futebol científico" dos soviéticos e o estabelecimento da seleção titular que se consagraria.
Uma das muitas lendas sobre a seleção de 1958 era a de que alguns jogadores pediram a Feola as alterações para que a seleção pudesse melhorar seu desempenho.
"Eu não acredito que alguém tenha pedido para colocar esse ou aquele jogador, porque a gente não tinha essa comunicação fácil com eles [comissão técnica] para se atrever a pedir para mudar o time", relata o ex-jogador.
"Na verdade, a gente não tinha uma relação individual com a comissão técnica, era sempre em grupo", conta o ex-jogador do Santos. "Eu fiquei sabendo que iria jogar [contra a URSS] pelo quadro de informações do dia", revela.
Além de creditar ao técnico as mudanças no time, fundamentais para as quatro vitórias consecutivas (sobre URSS, País de Gales, França e Suécia) e a conquista do título, Zito também ressalta que em 1958, pela primeira vez, houve de fato uma comissão técnica profissional --a CBD contratou supervisor, dentista, preparador físico, psicólogo e assessores.
"A grande mudança que ocorreu no futebol brasileiro foi a instituição da comissão técnica, da disciplina, que eu acho que antes era um pouco frouxa, e o compromisso, que era de disputar e ganhar uma Copa do Mundo", analisa o ex-atleta.
"Por outro lado, o Brasil teve muita sorte porque surgiram jogadores jovens de muito talento, que fizeram parte dessas substituições que você me perguntou. Fomos os quatro que entramos no time, todos com muita vontade. E com o futebol do Garrincha e do Pelé, o time se reforçou e acreditou que podia fazer um belo papel", destaca Zito.
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