Zé Roberto já vislumbra hegemonia no vôlei feminino
O técnico que levou o vôlei do Brasil ao primeiro ouro olímpico, em 1992, em Barcelona, com a equipe masculina, não foi o mesmo que estava no comando do time quando este passou a exercer a hegemonia no cenário mundial da modalidade. Mas, com a seleção feminina, que na Olimpíada de Pequim também conquistou um título inédito, José Roberto Guimarães pretende fazer o percurso completo.
Ontem, no retorno ao Brasil, o técnico afirmou que as atletas que chegaram ao ouro na China estão preparadas técnica e psicologicamente para reeditarem o sucesso do vôlei masculino. E avisou: "Serei fiel às mulheres".
Guimarães destaca que é gratificante comandar uma equipe feminina. "Quando elas fecham um grupo e se entregam de corpo e alma, é a melhor coisa do mundo. Vale todo o esforço. Em Pequim, foi isso o que aconteceu", diz o treinador.
O time que esteve "fechado" nos Jogos, porém, sofrerá baixas importantes. A capitã e levantadora Fofão, considerada pelo técnico "a alma" da equipe, fez na final olímpica o seu jogo de despedida da seleção.
A meio-de-rede Walewska, que havia retornado à seleção, junto com Fofão, em 2006, acompanha a colega mais uma vez, e também se despede.
"Vamos passar por algumas mudanças importantes. Trocar a levantadora é trocar o coração de uma equipe, mas ainda assim temos potencial para conseguir os títulos que iremos buscar", afirmou o treinador.
O mais importante deles já tem data para acontecer. Empolgado com a conquista do ouro olímpico, o treinador avisa "que falta o Mundial", referindo-se ao torneio que será realizado em 2010.
No masculino, o Brasil foi a primeira equipe sul-americana a conquistar o título mundial, e a primeira seleção das Américas a chegar ao bicampeonato.
Caso o vôlei feminino consiga obter o título, já sairá na frente, pois no campeonato em que a seleção feminina da Rússia já soma seis títulos (contando com os conquistados pela ex-URSS), e Cuba e Japão detêm três, nenhuma equipe americana triunfou.
O técnico Zé Roberto visa títulos, mas não quer saber de competição com a equipe de Bernardinho. "A história daquela equipe é única. Vamos apenas continuar nosso trabalho, porque, em algum lugar, sempre vai ter alguém treinando mais que a gente."
A única comparação que o treinador se permitiu fazer com o masculino foi relacionada aos Jogos de Barcelona.
Ele disse que, desde o momento em que chegou à Vila Olímpica, em Pequim, percebeu muitas semelhanças entre as edições de 1992 e 2008.
"O comportamento das meninas era como o daqueles meninos, de muita solidariedade. Também havia um comprometimento com os horários, uma preocupação em poupar energia. O astral da comissão técnica era semelhante. Todo mundo brincava", avaliou.
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