Vice, Santos comemora redenção no Paulista e renovação
"O Santos foi grande e se superou no campeonato. Também temos o que comemorar." A frase do técnico santista Vagner Mancini poderia ser apenas uma injeção de ânimo após perda do título estadual para o Corinthians. Mas serve também como resumo para a trajetória do time alvinegro neste Campeonato Paulista.
O Santos começou a temporada com o pé esquerdo. Apesar de ter contratado dez reforços, inclusive nomes de peso, como o atacante Bolaños, o lateral Léo e o meia Lúcio Flávio, os seguidos fracassos nas primeiras rodadas do Campeonato Paulista mostraram que o time caminhava mais para a zona de descenso do que para o G4.
Entretanto a virada veio. Após a demissão de Márcio Fernandes, Vagner Mancini chegou e, com fama de linha dura, promoveu uma verdadeira revolução no CT Rei Pelé. Dois dos líderes do time, Fábio Costa e Fabiano Eller foram suspensos por indisciplina.
Já Bolaños, Lúcio Flávio, Triguinho e Roni deixaram o time para aprimorar a forma física, uma das deficiências mais visíveis da equipe nos primeiros jogos da temporada.
Além disso, para substituir quem estava de castigo, o treinador apostou nas pratas da casa Paulo Henrique, 19, e Neymar, 17, oriundos das categorias de base do clube. Deu certo. Junto com Madson, os garotos se tornaram xodós da equipe alvinegra e protagonistas da mudança do estilo de jogo da equipe santista.
Em vez do jogo cadenciado e baseado em lançar bolas ao atacante Kléber Pereira, o Santos se tornou um time veloz e, principalmente, aguerrido.
A melhora, porém, não permitiu que a classificação para as semifinais do Estadual viesse fácil. Ameaçado por Portuguesa e Santo André, a chegada ao G4 foi dramática, nos últimos minutos da última rodada, após a vitória por 3 a 2 contra a Ponte Preta, em Campinas.
Nas semifinais, o time fez suas melhores apresentações no ano. Foram duas vitórias incontestáveis contra o Palmeiras, líder da fase de classificação e favorito ao título.
De azarão a finalista do campeonato, a equipe santista, porém, voltou a ter problemas. Dois fracassos seguidos trouxeram tensão à Baixada Santista: a eliminação da Copa do Brasil contra o modesto CSA e a derrota por 3 a 1 contra o Corinthians, ambas em casa.
Na última semana, Mancini foi pela primeira vez contestado. E o presidente santista proibiu os jogadores de falarem com a imprensa.
O empate de domingo, insuficiente para uma equipe que precisava vencer por três gols de diferença para conseguir seu 18º título paulista, não foi comemorado. Mas a virada da equipe em dois meses, sim.
"Estou triste por não termos conseguido vencer. Mas derrubamos muitas barreiras e pulamos etapas. O Santos está mais forte, podem ter certeza", disse um resignado, mas sorridente Vagner Mancini.
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