Palco dos Jogos Sul-Americanos "esquece" façanhas brasileiras
Para os íntimos, o estádio Julio Martínez Pradanos, fincado no coração de Santiago, atende por Estádio Nacional.
O Brasil pode se considerar próximo dele. Duas das mais importantes conquistas esportivas da história do país foram obtidas nele: a Copa do Mundo de 1962 e o Mundial masculino de basquete, em 1959.
Mas o fã que quiser conferir de perto pouco terá a ver.
As marcas que ligam a pátria canarinho ao "coliseu", como o estádio é conhecido na cidade, foram apagadas ao longo do tempo. "Não temos mais artigos daquela época", disse o administrador da arena, Luciano Rojas Alarcón.
Felipe Trueba/Efe | ||
Equipe de patinação da Venezuela treina em frente ao Estádio Nacional, em Santiago, no Chile |
Ou seja, relíquias e fotos de dribles de Garrincha na final contra a Tchecoslováquia e cestas de Wlamir Marques e Amaury Pasos não fazem parte do dia a dia do estádio, que também nunca teve um museu para contar seus 75 anos de vida.
Algumas reminiscências olímpicas ficam a cargo do Comitê Olímpico do Chile, que tem um acervo na capital.
O Nacional passou por duas grandes repaginações em sua vida. Uma em 1962, para receber a Copa que seria vencida pelo Brasil, e outra recentemente, para sediar os Jogos Sul-Americanos, evento do qual é a principal instalação.
No torneio continental, quase todas as arenas ficam à sua volta -ginástica, tênis e patinação são as mais próximas.
DITADURA
O Nacional, palco de grandes façanhas esportivas e que ostenta o título de monumento chileno, também foi o cenário de um dos momentos mais terríveis da história do país.
Entre 11 de setembro e 21 de dezembro de 1973, durante o golpe de estado que derrubou o então presidente Salvador Allende, o estádio foi uma casa de detenção para cerca de 40 mil pessoas.
A ditadura imposta pelo general Augusto Pinochet aprisionou, torturou e matou os detidos. Curiosamente, assim como as relíquias da Copa de 1962 e do Mundial de basquete de 1959, a crueldade da ditadura também parece ter sido esquecida por alguns.
Na página oficial do Nacional, há apenas uma menção de um parágrafo ao golpe.
O repórter PAULO ROBERTO CONDE viaja a convite do Comitê Olímpico Brasileiro
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