Peguei o Ituano praticamente do zero, diz Juninho Paulista
Rápido, driblador e de bom relacionamento com jogadores e dirigentes. Aposentado do futebol desde o primeiro semestre de 2010, Juninho Paulista, 41, teve que usar suas características dentro das quatro linhas para reestruturar o Ituano.
Ele assumiu como gestor em 2009 após um convite do presidente do clube, Major Vieira. Eles se conheciam desde 1993, quando o ex-meia foi revelado nas categorias de base da equipe.
O ex-jogador da seleção brasileira encontrou um time sem bola, sem crédito na praça, sem fornecedor de material esportivo e sem ônibus para viajar.
Miguel Schincariol-8.fev.2011/Folhapress |
O ex-jogador Juninho Paulista, em Itu |
"Foi uma oportunidade que casou. Queria continuar no futebol, usar o que aprendi na minha carreira e ter autonomia. Me sentia preparado pela experiência, mas tive que aprender a administrar na prática", disse Juninho, que assinou contrato por cinco anos e agora renovou por mais cinco temporadas -até junho de 2019.
"Esperava que as coisas fossem mais fáceis. Peguei o clube praticamente do zero. Tive que chegar e montar uma equipe a jato para a disputa da Copa Paulista e da Série D do Brasileiro alguns meses depois", conta o agora dirigente, lembrando que o clube foi eliminado na primeira fase do Nacional e parou na segunda fase do outro torneio.
Logo após as eliminações, o ex-meia da seleção brasileira começou a planejar a montagem do elenco para o Campeonato Paulista do ano seguinte. No entanto, teve que contratar praticamente um time inteiro já que o clube de Itu não possuía divisões de base.
Como não tinha feito uma despedida dos gramados e para chamar a atenção do empresariado, Juninho resolveu disputar a competição antes de encerrar a carreira. Ele trouxe o seu amigo Roque Júnior, pentacampeão mundial, para ajudar reforçar o elenco.
Depois de um bom começo, o Ituano desandou na parte final do campeonato e, inclusive, foi goleado pelo Santos por 9 a 1. A equipe só escapou do rebaixamento na última rodada após vencer a Portuguesa, de virada, fora de casa.
"Quando você está em campo, você sofre menos. Fora dele é muito ruim. Foi pura emoção. Era minha última partida. Tinha assumido uma instituição e corríamos o risco de cair", lembrou.
Com mais tempo para trabalhar, Juninho passou a investir nas categorias de base do clube e profissionalizou todos os setores. Depois de penar contra o rebaixamento, o agora dirigente viu sua equipe fazer a melhor campanha desde que assumiu.
"Tudo começou com a base que formamos em 2011 e a manutenção de boa parte do grupo que disputou a Copa Paulista do ano passado. Com essa estrutura sólida dos garotos, fizemos contratações pontuais de jogadores experientes e tivemos condições e tempo para trabalhar".
Apesar de elogiar o adversário de domingo, Juninho confia em mais uma surpresa do Ituano, que deixou para trás o Palmeiras na semifinal e o Corinthians na primeira fase.
"Temos uma equipe que deu liga. Se mantivermos o foco, temos condições de faturar esse título".
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