Ganso deve dar adeus ao São Paulo após quatro anos e um único título
Paulo Henrique Ganso, camisa dez do São Paulo, está perto de sair do clube. Quatro anos após ter sido contratado do Santos, o meia de 26 anos deve deixar o time e seguir para o Sevilla, atual campeão da Liga Europa.
A transferência ainda não foi concluída, mas, a julgar pelas declarações de dirigentes do São Paulo e do clube espanhol, é inevitável.
"Sentirei muita falta de ver aquela figura maravilhosa, de uma técnica incomum, com nossa camisa dez. A gente é obrigado a aceitar algumas coisas, e essa é uma delas", disse o presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, à ESPN.
O Sevilla já havia apresentado duas propostas: uma de 7 milhões de euros (R$ 25,5 mi) e outra de 8 milhões de euros (R$ 29,2 mi). Apesar da vontade do meia, o São Paulo recusou. Os espanhóis elevaram a oferta para 9,5 milhões de euros (R$ 34,5 mi).
"Negociamos com o São Paulo, mas ainda não há nada assinado. Estou relativamente otimista", afirmou Ramón Rodriguéz, conhecido como "Monchi", diretor esportivo do clube espanhol. A contratação foi pedida pelo novo técnico do Sevilla, o argentino Jorge Sampaoli.
Ganso tem contrato até setembro de 2017, mas só 32% de seus direitos são do São Paulo. O restante é da DIS, braço esportivo do grupo Sonda. Quando foi contratado, em 2012, o São Paulo precisava pagar R$ 23,9 milhões por 45% dos direitos que pertenciam ao Santos. Para isso, precisou da ajuda da DIS, que entrou com R$ 7,5 milhões por mais 13% do jogador.
Ganso teve altos e baixos. Conquistou um único título, a Copa Sul-Americana de 2012, como coadjuvante –só participou de duas partidas e não esteve no jogo final.
Teve temporadas aquém do que se esperava de um jogador que, em 2010, disputava com Neymar o título de maior promessa brasileira.
Ganso se destacou no Santos já com 19 anos. No ano seguinte, em 2010, levou o Paulista e a Copa do Brasil. Pelo Santos, foram cinco títulos.
Quando chegou ao time tricolor, seu futebol já vinha em queda, após seguidas lesões no joelho e uma saída conturbada do Santos –a torcida o chamava de 'mercenário' e chegou a atirar moedas em sua direção durante um jogo.
Depois de algumas temporadas sob contestação, foi em 2016 que o meia recuperou o bom futebol. Além de líder de assistências na temporada, Ganso também é vice-artilheiro do time, com sete gols –nos três anos anteriores, havia marcado 17 gols. Sem ele, o time tem queda de aproveitamento de 53% para 33,3% dos pontos disputados.
Lesionado, não poderá ajudar o time a reverter a derrota por 2 a 0 para o Atlético Nacional (COL), no Morumbi, na ida da semifinal da Libertadores. O São Paulo mantém as esperanças de que ele atue em uma eventual final.
Sem Ganso, dificilmente o time teria ido às semifinais. Suas atuações no torneio o levaram de volta à seleção após quatro anos longe da equipe.
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