Ex-aliados fazem exigências para barrar impeachment de Andrade
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
Roberto de Andrade anuncia a saída do técnico Tite em 2016 (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress) |
Horas antes da votação para definir a abertura de processo de impeachment, o presidente Roberto de Andrade vai ouvir uma série de exigências de seus antigos aliados.
As demandas serão feitas em encontro marcado para segunda-feira (20), mesmo dia da reunião do Conselho Deliberativo que vai definir o futuro do dirigente. Será a última tentativa de consenso para barrar sua saída.
Roberto de Andrade faz parte do grupo "Renovação e Transparência", que controla o Corinthians desde 2007, ano em que Andrés Sanchez foi eleito presidente. Aliados e conselheiros que não fazem parte da situação ou da oposição querem promessas de mudanças para votar contra abertura do impeachment.
Se o processo for instaurado, Andrade terá de se afastar do cargo, que será ocupado interinamente por André Luiz de Oliveira, conhecido no como André Negão.
A Folha apurou que seus antigos correligionários vão exigir que ele afaste assessores e conselheiros que não são afinados com o grupo político. O objetivo é que a administração passe ser colegiada, com Roberto de Andrade consultando a cúpula do "Renovação e Transparência" antes de tomar decisões.
Andrés Sanchez já havia ensaiado esses pedidos a Roberto de Andrade, mas não houve acordo. Na segunda, o objetivo será pressionar, sem possibilidade de barganha. Na visão de conselheiros do Corinthians, se o presidente não aceitar, o processo de impeachment será aprovado.
Há outra ameaça pronta para o caso de Andrade aceitar o acordo apenas para vencer a votação no Conselho Deliberativo e depois esquecê-lo. Ele será avisado que se não honrar o acordo, outro processo de impeachment aparecerá em um ou dois meses.
Uma das principais queixas dos antigos aliados é que Roberto de Andrade se isolou no cargo e tomou decisões personalistas, sem consultar ninguém. Uma delas foi a contratação de Oswaldo de Oliveira para treinador, no ano passado.
O PROCESSO
O pedido de impeachment é apoiado na denúncia de que Roberto de Andrade assinou, dois dias antes de ser eleito presidente, lista de presença na assembleia-geral da Arena Corinthians quando foi decidida a contratação da empresa Omni para administrar o estacionamento do estádio.
O contrato com a Omni foi assinado por ele em 10 de janeiro de 2015, 27 dias antes de sua posse.
A primeira chamada dos conselheiros será às 18 horas. A votação está prevista para começar às 19 horas.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade