DE SÃO PAULO

O jornal espanhol "El Confidencial" publicou nesta quinta-feira (11) denúncia da Receita espanhola contra Cristiano Ronaldo, astro português do Real Madrid, por supostas fraudes em sua declaração de imposto de renda. Segundo o documento, o camisa 7 da seleção portuguesa é acusado de pagar apenas 5,7 milhões de euros (cerca de R$ 22 milhões) em impostos sobre um ganho total de 138 milhões de euros (R$ 534 milhões) em patrocínios entre 2011 e 2014 –o que equivale a 4% de taxação, abaixo dos cerca de 24% determinados pela legislação.

Pelas contas da Receita, o jogador deveria ter pago um total de 20,4 milhões de euros (R$ 79 milhões) em impostos, o que corresponderia a 13,25% do total recebido por ele em patrocínios. São 14,7 milhões de euros (R$ 57 milhões) a mais do que o valor pago pelo jogador

A defesa de Cristiano Ronaldo alega que os valores estão abaixo do calculado pela Receita porque o jogador se utilizou da Lei Beckham, que permite aos atletas estrangeiros tributarem em outros países seus ganhos com diretos de imagem fora da Espanha.

Pelo cálculo dos representantes do jogador, apenas 22,7 milhões de euros (R$ 88 milhões) dos seus contratos de direitos de imagem entre 2011 e 2014 foram gerados na Espanha. Esse foi o valor tomado como base para o cálculo do imposto. Aplicando-se a taxa de cerca de 24% sobre esse valor, totaliza-se 5,7 milhões de euros (R$ 22 milhões), quantia paga pelo jogador.

A Receita espanhola, no entanto, contesta essa conta. Segundo a acusação, todas as rendas de Cristiano Ronaldo decorrentes de um trabalho feito no território espanhol deveriam ser contabilizadas como gerados no país. Isso inclui, por exemplo, comerciais que ele gravou na Espanha e não foram exibidos por lá –tipo de rendimento que a defesa do jogador calcula como tendo sido obtido fora do país.

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