FÁBIO ALEIXO
DE SÃO PAULO

Maior clube de atletismo do país e maior vencedor do Troféu Brasil, com 14 títulos, a B3 Atletismo (antiga BM&F) encerrou as suas atividades nesta segunda-feira (15) após 16 anos de existência e 30 de apoio à modalidade.

A agremiação, que conta com 57 atletas e 13 treinadores, manterá o patrocínio até o fim do ano, com aporte financeiro. Entretanto, o clube não participará de mais nenhuma competição.

"Com o objetivo de alinhar a estratégia de investimento social privado da B3 à evolução de sua cultura corporativa, a B3 Social (OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) passa a atuar a partir de 2018 direcionando seus recursos para atividades vinculadas a educação e formação de jovens para o trabalho. Educação é um eixo estratégico para a B3 e um tema que permeia o negócio. É parte do compromisso com o avanço dos mercados e, consequentemente, do país", informou por meio de nota.

"Com esta definição estratégica, tem início agora um processo de transição da B3 Atletismo. Em respeito a uma história de 30 anos no esporte, e a fim de conduzir essa transição com o menor impacto possível, a B3 Social continuará apoiando o atletismo com aportes financeiros ao longo de todo o ano de 2018 e está em tratativas para a doação de todo seu acervo esportivo a outras instituições tradicionais do atletismo", diz outro trecho da nota.

"A B3 reconhece e agradece a grande contribuição de toda a equipe, gestores, parceiros, patrocinadores e a imprensa esportiva em todos esses anos", completa o comunicado.

Segundo a Folha apurou, os atletas poderão migrar para a Orcampi, equipe de Campinas, que sempre foi considerado um clube-irmão da B3.

Sem clube, os atletas não podem participar de nenhuma competição oficial no Brasil.

Crédito: Wagner Carmo/CBAt e Marcello Zambrana/CBAt Walter Domingos, o Montanha, durante a disputa do Troféu Brasil de 2017
Walter Domingos, o Montanha, durante a disputa do Troféu Brasil de 2017

A B3 Atletismo conta com um grande Centro de Treinamento em São Caetano do Sul, na região metropolitana de São Paulo, e o futuro dele ainda é incerto.

Procurada, a Prefeitura de São Caetano, que cede o terreno de 31 mil metros quadrados em regime de comodato, informou por meio de sua assessoria que só deverá ter uma posição nesta terça-feira (16).

Criada oficialmente em 2002, a equipe viu seu embrião nascer em 1988, quando a BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) resolveu ofertar um prêmio, chamado "Ouro Olímpico", a medalhistas dos Jogos de Seul-1988.

O mimo era 4 quilos em ouro, que foram divididos entre os atletas. O Brasil chegou seis vezes ao pódio (um ouro, duas pratas e três bronzes).

O clube foi o mais importante do atletismo brasileiro ao longo dos últimos anos e por ele passaram nomes como Fabiana Murer, Marílson Gomes dos Santos, Vanderlei Cordeiro de Lima, Jadel Gregório e os campeões olímpicos Thiago Braz e Maurren Maggi.

Na última Olimpíada, no Rio de Janeiro, em 2016, a B3 Atletismo contou com 20 atletas na delegação brasileira.

Nos Jogos, atletas do clube alcançaram resultados históricos, como o quinto lugar de Darlan Romani no arremesso do peso (com 21,02 m, recorde brasileiro), o décimo lugar de Luiz Alberto de Araújo no decatlo e o 12º lugar de Wagner Domingos no lançamento do martelo.

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