Sheilla vê Tifanny com vantagem por passado masculino e pede cota trans

Crédito: Olivier Morin/AFP Photo SAO PAULO, SP, BRASIL, 18-01-2018, 22h00: Bloco Acadêmicos Do Baixo Augusta, promove festa de pré-Carnaval. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, COTIDIANO) ***EXCLUSIVO***
Sheilla em jogo da seleção brasileira de vôlei, contra os Estados Unidos, em 2014

DO UOL

Jogadora da seleção brasileira por anos, Sheilla se manifestou sobre a polêmica envolvendo Tifanny, atleta trans que defende o Vôlei Bauru. Em entrevista ao podcast do Dibradoras, a jogadora bicampeã olímpica fez coro com as atletas que afirmam haver diferença física.

Ela baseou o posicionamento na avaliação de médicos, principalmente Paulo Zogaib.

"Eu sou contra, depois de ter lido o que ele escreveu, depois de ter falado com outros médicos. Ela (Tifanny) tem ainda corpo de homem por mais que os hormônios estejam agora compatíveis, tem formação de corpo de homem."

O assunto é tão novo no esporte que Sheilla se referiu a Tifanny como "ele" em algumas partes da entrevista. A menção foi criticada no Instagram da jogadora. Na entrevista, logo que errou o termo, ela se corrigiu.

Sheila mantém a posição de que Tifanny é mais forte que as mulheres porque teve um desenvolvimento muscular, ósseo e cardiopulmonar com mais testosterona.

"Você vê ela jogar e vê que tem força de homem". A atleta trans é a principal pontuadora do Bauru. A jogadora e o treinador do time não estão falando sobre o caso.

Outro ponto que levantou discussão foi quando Sheilla manifestou preocupação de que vários homossexuais se tornem mulheres trans para jogar vôlei e as mulheres cisgênero percam espaço no esporte.
Nesse momento, ela usou o termo "viados", o que também gerou críticas.

"Imagina se todos os gays, os viados, resolverem jogar a Superliga Feminina. Vai virar uma Superliga que vai tirar nosso espaço porque a gente não consegue competir com eles."

Tiffany está liberada pelo Comitê Olímpico Internacional, Federação Internacional de Vôlei e Confederação Brasileira de Vôlei para atuar. Ela fez dois anos de tratamento hormonal, além de ter uma taxa de testosterona inferior a 10 nanomol por litro de sangue.

Apesar da liberação, tanto FIVB como COI irão discutir o assunto internamente para rever a legislação para a participação de trans no esporte.

COTAS

Uma das apresentadoras do podcast sugeriu cotas para atletas trans e Sheilla gostou da solução. Argumentou que esta possibilidade não impede que mulheres trans participem do esporte e permite que mulheres cis (sem transição de gênero) continuem com espaço.

A ex-oposto da seleção citou o critério de pontuação, quando cada atleta recebe uma nota e as equipes podem ter somente um integrante de pontuação máxima. "Cota talvez seja a melhor solução. Não barra ela, mas não deixa a coisa aberta, de se acontecer de ter mil trans não tirar o espaço feminino".

Por último, Sheilla comentou que entende que a situação de Tifanny não é nada agradável. "Deve ser muito difícil, sei que ela deve querer jogar."

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