Parceiro de Iniesta na base do Barça vende Campeonato Espanhol no Brasil

Crédito: La Liga/Divulgação Albert Castelló, delegado da Liga Espanhola de Futebol no Brasil. Credito Divulgação / La Liga DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM
Albert Castelló trabalha como delegado da Liga Espanhola de Futebol no Brasil

EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

O Brasil entrou nas ações da política externa da LaLiga, empresa que administra o Campeonato Espanhol, um dos três torneios nacionais de futebol mais ricos do mundo.

Albert Castelló, que na adolescência jogou pelo Barcelona ao lado de Iniesta nas categorias de base, mas interrompeu a carreira de goleiro por conta de uma contusão, dá expediente diário em São Paulo há quase um ano.

O plano que ele começa a desenvolver tem um objetivo. "Vamos conhecer bem o consumidor brasileiro para ver a melhor forma de mostrar nosso produto. Nosso leque é amplo", diz o delegado da liga espanhola no Brasil.

Um dado mostra como os dirigentes do torneio, que tem como carros-chefe Real Madrid e Barcelona, estão levando a sério a política de internacionalização da marca.

No ano retrasado, foi aberto um concurso na Espanha para escolher os delegados internacionais da LaLiga. Entre os mais de 12 mil inscritos, 44 foram escolhidos. Passaram por cursos e agora estão trabalhando pelo mundo.

A internacionalização ocorre após três problemas internos terem sido resolvidos, segundo a LaLiga. A questão da dívida dos clubes, a comercialização dos direitos de televisão e o combate à pirataria dos produtos relacionados aos times das duas primeiras divisões do país.

Projeções feitas pela consultoria Deloitte mostram que o futebol espanhol está passando o alemão em termos de movimentação financeira. O Campeonato Inglês continua na liderança como liga nacional mais rica do planeta.

Na temporada 2016/2017, enquanto o futebol inglês movimentou R$ 21,6 bilhões, o espanhol ficou na casa dos R$ 11 bilhões. Faturamento que está R$ 1 bilhão acima do registrado na Alemanha.

Se na China a chegada dos espanhóis envolve até o envio de treinadores para trabalhar no futebol local -os orientais colocaram como meta serem campeões do mundo até 2050-, no Brasil o tipo de trabalho será outro.

Segundo Castelló, que desde 2009 trabalha no Brasil em outras áreas, além de atuar em eventos corporativos com parceiros da LaLiga, a empresa poderá também atuar, por exemplo, em ações de responsabilidade social.

"Estou apenas citando uma possibilidade, não existe nada sendo discutido ainda. Mas poderíamos fazer um campeonato apenas com jogadores com síndrome de Down. Neste ano, pela primeira vez, estamos fazendo isso na Espanha", afirmou.

A expansão do futebol feminino é outro assunto que pode interessar à empresa.

A área digital é mais um campo de atuação dos espanhóis que também pode chegar ao Brasil. A melhor liga do mundo, como ela se autodenomina, desenvolveu um programa próprio de análise de vídeo profissional usado pelos clubes em seu dia a dia.

De acordo com Castelló, é um tipo de produto que pode ser usado no Brasil, a partir de acordo comercial. Seja com algum clube ou por meio de acordo com federações.

A vinda de times da Espanha para eventuais amistosos, em tese, também pode ocorrer no futuro.

As equipes de ponta do mundo estão interessadas no mercado global, com objetivo, claro, de conseguirem dinheiro dos seus torcedores internacionais. Em 2017, por exemplo, Real Madrid e Barça se enfrentaram nos EUA durante a pré-temporada.

O problema entre Espanha e Brasil neste caso é o calendário. O início do Espanhol coincide com o meio da temporada do Brasileiro.

Mesmo com a perda de Neymar, o futebol espanhol tem muitos adeptos no Brasil, segundo Castelló, que não vê competição entre os produtos do futebol brasileiro e espanhol.

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