'No Flamengo eu não sou diferente de ninguém', diz Varejão

Depois de 16 anos longe do basquete brasileiro, jogador estreia nesta quinta

Anderson Varejão durante jogo da seleção brasileira no Rio de Janeiro
Anderson Varejão durante jogo da seleção brasileira no Rio de Janeiro - Divulgação-27.nov.2017/FIBA
 
FÁBIO ALEIXO
São Paulo

, Anderson Varejão, 35, enfim voltará a defender as cores de um time do país.

Nesta quinta-feira (1), às 20h30, o pivô será a grande atração do Flamengo em partida contra o Campo Mourão-PR na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico do Rio.

O time carioca lidera o NBB com 13 vitórias em 15 jogos e tem agora em Varejão mais um trunfo para tentar voltar a ser campeão após perder a hegemonia no ano passado para Bauru.

"No Flamengo eu não sou diferente de ninguém, sou mais um jogador dentro de um grupo que tem o mesmo objetivo, que é lutar pelo título do NBB", disse o pivô em entrevista à Folha.

Varejão não joga desde o dia 27 de novembro do ano passado, quando defendeu a seleção brasileira em vitória contra a Venezuela pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2019.

Ante disso, sua última partida havia sido há quase ano, em 2 de fevereiro de 2017, quando defendeu o Golden State Warriors em partida contra o Los Angeles Clippers.

Com contrato assinado por 20 meses, o pivô espera retribuir a confiança depositada pelo Flamengo, que superou Franca na concorrência para tê-lo em seu elenco. Foi pelo clube do interior paulista, entre 1998 e 2002, que Varejão chamou a atenção do Barcelona.

Ele, ao lado de Leandrinho -que defende Franca-, são os dois jogadores do NBB que já tiveram títulos da NBA.

 

Folha - Depois de 16 anos você volta a disputar uma partida por um clube brasileiro. Qual o sentimento?
Anderson Varejão - De voltar para casa mesmo, de estar de volta ao Brasil, perto da minha família, de amigos com os quais não convivo há muitos anos. Desde que saí do país, vivi muita coisa, aprendi muito, amadureci, venci como jogador, realizei muitos sonhos, e essa é uma nova etapa na minha carreira, na minha vida, um novo desafio. Estou feliz e muito motivado.

O que lhe atraiu neste projeto do Flamengo?
Algumas coisas. O projeto do Flamengo é muito bem estruturado, sério, a equipe vem disputando e conquistando títulos nos últimos dez anos, tenho muitos amigos na equipe, essa é a última temporada do Marcelinho [Machado], e isso é algo bacana demais de poder participar... É o meu time do coração também e isso ajudou, claro, foi um motivo a mais.

 

Seu irmão Sandro fez muito sucesso defendendo o Vasco. Espera também fazer história jogando no Rio de Janeiro?
Tomara que eu consiga devolver ao Flamengo todo o carinho e confiança que estão depositando em mim. Desde que cheguei, todos me receberam de braços abertos, a torcida, por onde eu passo, tem sido maravilhosa comigo, e não apenas os rubro-negros, mas torcedores de todas as equipes. Isso é muito legal, porque é reconhecimento ao que construí e minha dedicação, especialmente, com a camisa da Seleção Brasileira. Fico orgulhoso e agradecido por isso.

Você é um pivô dominante e mostrou isso nos jogos da seleção, pontuando bastante, diferentemente do que fazia na NBA. No NBB você se vê como este jogador para fazer 20, 25 pontos por jogo?
Minha função aqui é ajudar, jogar no meu melhor ritmo, colaborar com o time como precisarem de mim e de todas as maneiras que eu puder. Se for pegando rebote, vai ser pegando rebote, se for marcando, pontuando, fazendo bloqueio, que seja assim. No Flamengo eu não sou diferente de ninguém, sou mais um jogador dentro de um grupo que tem o mesmo objetivo, que é lutar pelo título do NBB.

Acha que o Flamengo tem hoje o melhor garrafão do Brasil? Como você vê esta disputa com seus companheiros?
O Flamengo tem um garrafão muito forte, com certeza, com Rhett, Olivinha, JP e o João. Tem jogadores de Seleção Brasileira, o que faz a equipe ser muito qualificada. Não vejo disputa, briga por posição ou coisas do tipo, vejo um time, jogadores que são companheiros de equipe e com o mesmo objetivo que é fazer do Flamengo ainda mais forte.

 

Sabemos que o basquete brasileiro vem em crescimento, mas em muitos jogos o público ainda é bem menor do que poderia ser. Você acha que a sua presença, a do Leandrinho, pode atrair mais pessoas? Até mesmo aqueles que nem são tão fãs?
Acho que isso é um processo. O NBB vem crescendo ano a ano, e isso é uma conquista. Ano a ano se conquista novos espaços. Espero, claro, que eu possa ajudar o campeonato, que eu possa inspirar mais gente, que o público venha, não para me ver jogar, mas para ver o Flamengo jogar, assim como o Franca do Leandrinho. Claro que eu e ele estamos vindo da NBA, isso cria uma expectativa muito grande, mas o mais importante é o NBB estar forte, cada vez mais sólido, mais bem organizado, porque é isso que vai fazer o público ser fiel.

Depois de tanto tempo morando nos Estados Unidos, sentia falta de jogar no Brasil, falar português nos treinos?
Diria que sinto mais saudade da comida da minha mãe, da minha família, do calor do Brasil... Tive anos muito especiais na Espanha, uma 'vida' maravilhosa de 13 anos nos Estados Unidos, e agora tenho um novo desafio, como foram Barcelona e NBA, pela frente. E que seja uma jornada tão feliz como fui no exterior.

RAIO-X

Nome
Anderson França Varejão

Nascimento
28.set.1982 (35 anos), em Colatina (ES)

Clubes
Franca (1998-2002), Barcelona (2002-2004), Cleveland Cavaliers (2004-2016), Golden State Warriors (2016-2017) e Flamengo (atual)

Títulos pela seleção
Copa América (2005 e 2009), Jogos Pan-Americanos (2003), Campeonato Sul-Americano (2003)

Erramos: o texto foi alterado

O número de jogos e vitórias do Flamengo na NBB estavam trocados

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