Briga por venda de Pedro Rocha faz Justiça penhorar CT do Grêmio

Diadema tenta levar 30% de transação de R$ 45 milhões; imóvel vale R$ 26 milhões

Diego Garcia
São Paulo
Centro de Treinamento do Grêmio foi penhorado na Justiça
Centro de Treinamento do Grêmio foi penhorado na Justiça - Folhapress

Um dos Centros de Treinamento do Grêmio foi penhorado devido a um processo movido pelo Diadema, clube do interior de São Paulo que tenta conseguir 30% da venda de Pedro Rocha ao Spartak Moscou por 12 milhões de euros (R$ 45 milhões), no ano passado.

A decisão foi confirmada por Márcio Andraus, que representa o Diadema na ação. "Ficou determinada a penhora do CT do Grêmio, que vale R$ 26 milhões, saldo suficiente para garantir o eventual sucesso desse processo", disse o advogado à Folha.

"Nós entendemos que o Grêmio, mesmo com uma situação financeira estável, não vem honrando com os compromissos dele. E na entrada da ação pedimos, por serem valores relevantes e a probabilidade de o direito ser grande, o juiz acatasse um pedido de penhora para que o Grêmio queira postergar essa ação em longo prazo", completa Andraus.

O diretor jurídico do Grêmio, Nestor Hein falou à Folha que acredita em vitória do time gaúcho no processo.

"O Grêmio nega que o Diadema tenha direito a essa parte. O processo vai rolar por uns três ou quatro anos, queriam penhorar até as contas do Grêmio, mas considero essa situação resolvida", afirmou o dirigente.

Em novembro, o Grêmio havia conseguido na Justiça evitar o bloqueio de uma parcela dos valores recebidos diretamente do Spartak Moscou, após o Diadema ter obtido uma decisão favorável para bloquear a quantia.

Após o time gaúcho ter revertido essa decisão, a Justiça determinou agora a penhora do Centro de Treinamento, que vai garantir a sequência do processo por seu valor de mercado ser superior ao pleiteado pelo Diadema.

"O juiz confirmou a necessidade de dar alguma penhora para que o processo transcorra em igualdade de condições, mas alterou a forma de garantia, que agora é o CT", explicou Andraus.

O Diadema alega ter 30% da venda de Pedro Rocha, por ter sido o clube onde o Grêmio foi buscar o atacante - ele atuou por dois anos na base da equipe paulista.

A equipe de Porto Alegre, contudo, se apoia em uma cláusula no contrato que dizia que os paulistas só teriam direito ao percentual se a venda fosse fechada até 31 de dezembro de 2015.

Por outro lado, o Diadema usa balanço do Grêmio de 2016 onde o próprio clube gaúcho admite ter 70% de Pedro Rocha.

A decisão sobre quem tem razão ficará sob responsabilidade da Justiça do Rio Grande do Sul.

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