CBF abre licitação para árbitro de vídeo na Copa do Brasil

Entidade prevê custo menor do que orçado e vetado no Brasileiro

Testes com árbitro de vídeo feito pela CBF em Águas de Lindoia (SP)
Testes com árbitro de vídeo feito pela CBF em Águas de Lindoia (SP) - Bruno Santos - 26.ago.2017/ Folhapress
Eduardo Geraque
São Paulo

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) enviou nesta quarta-feira (21) cartas convites para vários grupos internacionais que operam a tecnologia do árbitro de vídeo em outros países.

O objetivo da licitação feita por meio de 16 convites é escolher o responsável pelo sistema que vai funcionar a partir das quartas de final da Copa do Brasil, no segundo semestre. O árbitro de vídeo vai estar presente em 14 jogos, inclusive na final.

Os grupos interessados têm até 5 de março, às 17h, para enviar suas propostas.

Um dos critérios, mas que não será o único, é o de preço. Quem oferecer o menor custo para a entidade, que bancará integralmente a tecnologia, será o vencedor, desde que a proposta técnica seja considerada sólida.

Pelos valores praticados no mercado internacional, o custo do árbitro de vídeo na Copa do Brasil deve ficar ao redor dos R$ 45 mil por jogo.

Uma margem de erro de 10%, para mais ou para menos, é considerada normal por especialistas do setor.

Se vier uma proposta com valores muito menores de alguns dos grupos convidados, a preocupação na CBF é que ela tenha lacunas técnicas.

Existem estudos feitos por empresas para o cenário brasileiro que indicam a possibilidade de que o árbitro de vídeo custe menos de R$ 30 mil por partida, a depender de algumas das características técnicas do sistema.

Na prática, a conta da Copa do Brasil poderá ser um pouco menor do que a apresentada no início do mês pela CBF aos clubes que vão disputar a Série A do Brasileiro.

CUSTOS

Depois de ouvirem que deveriam pagar por volta de R$ 1 milhão para a implementação do árbitro de vídeo no Brasileiro, algo ao redor dos R$ 53 mil por jogo, a maioria dos times votou contra o uso do sistema na temporada.

A redução da conta do árbitro de vídeo da Copa do Brasil em relação à do Brasileiro tende a ocorrer porque a tecnologia de análise dos replays será usada em menos jogos ao mesmo tempo.

Enquanto, no Nacional, uma rodada tem dez jogos, muitas vezes em cidades diferentes, na Copa do Brasil vão acontecer no máximo quatro partidas simultâneas.

Campeonatos em Portugal, Itália, Holanda e Alemanha já usaram o árbitro de vídeo no ano passado.

No Brasil, a obrigação de importar equipamentos eletrônicos aumenta o custo da implantação da tecnologia.

Segundo a CBF, os equipamentos como fones e microfones que precisam ser usados para a comunicação entre o árbitro do campo e o de vídeo precisam ser necessariamente comprados no exterior, porque os nacionais não funcionam direito quando existe barreiras físicas.

Outro fator que aumenta os custos no Brasil é a relação entre a organizadora dos jogos, a CBF, e a detentora dos direitos de transmissão das partidas, que no país é o Grupo Globo. No exterior, como os dois agentes são muitas vezes a mesma figura jurídica —em Portugal a Liga é dona do campeonato e das imagens—, a infraestrutura usada para o árbitro de vídeo pode ser menor, e mais barata.

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