Com balé, clube sueco vai da 4ª divisão para a elite em 7 anos

Em campo, Östersund confia em técnico inglês e jogadores estrangeiros

Jamtkraft Arena é a casa do Ostersund, da Suécia
Jamtkraft Arena é a casa do Ostersund, da Suécia - Peter Cziborra - 15.fev.2018/Action Images/Reuters
São Paulo

A situação era dramática em 2011 no centro de treinamento do Östersund, equipe da cidade homônima no interior da Suécia.

O clube, que pela fase de mata-mata da Liga Europa perdeu para o Arsenal em casa por 3 a 0 nesta quinta-feira (15) —com o requinte de desperdiçar um pênalti no último minuto—, havia caído para a quarta divisão local.

Uma das ações dos dirigentes do clube, naquela época, foi recorrer a ajuda externa. 

Graham Potter, um desconhecido treinador inglês, e ex-jogador mediano em seu país natal, foi contratado. 

Fora das quatro linhas, ele havia estudado ciências sociais e feito vários cursos voltados ao futebol.

Em sete anos heroicos, a transformação foi total, inclusive por causa das ideias do treinador inglês fora de campo, que tiveram todo respaldo da direção do clube. 

A equipe sueca chegou à principal divisão do futebol do país, ganhou a Copa da Suécia na temporada passada e, por consequência, uma vaga para as fases classificatórias da Liga Europa. 

“Nós cuidamos muito um dos outros e tentamos nos tornar seres humanos cada vez melhores. Isso faz com que a gente trabalhe muito e cada vez melhor. No final, isso nos leva a ter um time forte”, diz Lasse Landim, que trabalha como dirigente do clube desde que ele surgiu, em 1996.

O jogo contra o Arsenal pode ser considerado histórico para todo o futebol sueco. Há mais de 20 anos um clube do país não jogava o mata-mata de uma competição europeia. O último havia sido o Göteborg, eliminado pelo Bayern nas quartas de final da Liga dos Campeões 1994/1995.

Mas Landim não acredita que a partida contra o Arsenal foi a mais importante da curta história da equipe. “Nós tivemos outros jogos igualmente importantes”.

Em 2012, conta ele, o time estava na terceira divisão. “Fomos jogar em Uppsala contra o clube de mesmo nome. Por volta de mil torcedores foram nos apoiar. Ganhamos de 1 a 0, vitória que nos promoveu para a segunda divisão. Aquela partida significou para nós que realmente a jornada rumo à elite do futebol sueco havia começado.”

A vitória na final da Copa da Suécia, em abril, por 4 a 1 sobre o Norrköping, e a classificação na primeira rodada eliminatória da Liga Europa, sobre o Galatasaray, da Turquia, também são “muito, mas muito especiais”, diz.

Depois, o time ganhou de clubes de Luxemburgo e da Grécia para chegar à fase de grupos, na qual ficaram em segundo lugar, à frente do Hertha Berlim, da Alemanha.

Para o dirigente, a história do clube sueco está contada, mesmo antes da provável desclassificação para o Arsenal, no jogo de volta em Londres, no início de março.

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