Paris Saint-Germain tem teste de protagonismo na Europa

Com investimento recorde, time de Neymar enfrenta Real nas oitavas da Liga

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Com rostos protegidos contra frio, jogadores do PSG, com Neymar no centro, treinam na véspera de partida contra o Real Madrid pela Liga dos Campeões
Jogadores do PSG, com Neymar no centro, treinam na véspera de partida contra o Real Madrid pela Liga dos Campeões - Lionel Bonaventure/AFP
São Paulo

O Paris Saint-Germain faz dois jogos por temporada: a ida e a volta das oitavas de final da Liga dos Campeões.

Entre as piadas feitas quando Neymar trocou o Barcelona pelo clube francês, em julho do ano passado, essa foi uma das mais maldosas. Mas tem um fundo de verdade.

Muito melhor que os outros times do Campeonato Francês, o PSG tem naufragado no sonho de conquistar a Europa. Foi para mudar isso que a QSI (Qatar Sports Investment), braço esportivo da família real do Qatar e dona do clube, pagou 222 milhões de euros (R$ 893 milhões em valores atuais) pelo brasileiro.

Neymar foi trazido para momentos como o desta quarta-feira (14), às 17h45, quando o PSG visita o Real Madrid em jogo de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões, no Santiago Bernabéu.

Líder da liga nacional com 12 pontos de vantagem, o PSG faz o jogo de ida em Madri e a volta no Parque dos Príncipes, em Paris, em 6 de março. Se passar, ganha ares de favorito ao título. Seria o primeiro da história da equipe e a realização do projeto de dominação europeia da QSI.

O futebol francês tem apenas uma conquista do mais importante torneio europeu.

O Olympique de Marselha venceu em 1993, mas a vitória acabou manchada pelo escândalo de corrupção que o clube protagonizou no torneio nacional daquele ano.

Porém, os tempos são outros. Neymar foi contratado para levar o PSG ao topo e, ao mesmo tempo, chegar ao Everest do futebol mundial. Ele quer ser eleito o melhor do mundo. Se o título continental chegar, o sonho se tornará muito mais tangível.

Esse foi um dos argumentos apresentados ao jogador para convencê-lo a sair da segurança do Barcelona (e da sombra de Messi) e se converter no astro de um clube que, na questão de troféus, é uma força média na Europa.

O Real Madrid é tudo o que o PSG sonha ser. Maior ganhador da Liga dos Campeões (12 títulos), o clube espanhol venceu a taça nas últimas duas temporadas e tem Cristiano Ronaldo, atualmente o melhor do planeta.

Ainda assim, não poderia haver um momento melhor para enfrentar o Real. A equipe não conseguiu se acertar desde a vitória sobre a Juventus, na final do ano passado.

Ficou atrás do Tottenham na fase de grupos e está em quarto lugar no Campeonato Espanhol. O técnico Zinedine Zidane está sob pressão e o trio BBC (Bale, Benzema e Cristiano Ronaldo) não atravessa uma boa fase.

Bale alterna jogos como titular e outros no banco e Zidane já teve de sair a público para defender Benzema e Ronaldo, que é o artilheiro do torneio, com nove gols, mas não tem apresentado o mesmo futebol dos últimos anos.

O Paris Saint-Germain terminou na liderança do Grupo B, com 15 pontos, deixando para trás o Bayern de Munique. Fez 25 gols em seis partidas e levou quatro.

Cristiano Ronaldo e Marcelo durante treino do Real Madrid, que enfrenta nesta quarta (14) o PSG pelas oitavas da Liga dos Campeões
Cristiano Ronaldo e Marcelo durante treino do Real Madrid, que enfrenta nesta quarta (14) o PSG pelas oitavas da Liga dos Campeões - Sergio Perez/Reuters

MERCADO

Outra piada comum entre jornalistas franceses na apresentação de Neymar no Parque dos Príncipes era quanto tempo levaria até que aparecessem especulações de que ele poderia ir para o Real Madrid. Cinco meses.

A má fase do clube espanhol e as polêmicas do atacante na França alimentaram os boatos do interesse.

Desde que se apresentou ao PSG, o brasileiro teve seu nome envolvido em conflitos com o uruguaio Cavani, com o técnico Unai Emery e seria o protagonista de privilégios que descontentam outros integrantes do elenco.

Em 2013, quando estava para sair do Santos, o Real Madrid ofereceu mais dinheiro que o Barcelona para contratá-lo, mas Neymar preferiu a Catalunha, onde atuaria com seu ídolo Messi.

Tirá-lo do PSG agora ou no futuro será um trabalho de convencimento. A legislação esportiva francesa proíbe a inclusão de multas rescisórias. Para Neymar deixar o clube antes do final do contrato, em 2022, o clube francês precisa concordar. E ele não está exatamente precisando de dinheiro no momento.

Ser eliminado pelo Real Madrid nas oitavas colocará ponto final precoce à temporada da equipe, pelo menos no título que realmente importa, e deixará em xeque o projeto de ser o melhor de todos. Tanto do PSG quanto de Neymar.

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