A cada quatro anos é quase sempre assim. A seleção brasileira visita Brasília, tira uma foto oficial com o presidente da República e viaja para disputar a Copa do Mundo. O roteiro só é repetido na volta em caso de conquista do título, claro.
Em 2018, Tite jura que não cumprirá o protocolo.
“Não me sentiria à vontade com nenhum político”, afirmou à Folha em dezembro de 2017.
Após comandar a melhor campanha da história da seleção brasileira em eliminatórias do Mundial, o técnico surfa em sua popularidade para dizer e tentar fazer o que muitos outros técnicos não conseguiram.
Com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) acéfala, sem seu presidente, que está banido provisoriamente pela Fifa, indiciado nos EUA por recebimento de propina, o técnico não precisa se curvar aos desejos e interesses dos cartolas da entidade.
Sim, é verdade que Tite já assinou um abaixo-assinado que pedia a renúncia de Marco Polo Del Nero e, menos de um ano depois, aceitou seu convite. Ignorou a coragem de meses antes e ganhou um beijo do hoje presidente afastado na sua apresentação.
Com aprovação de 62% dos brasileiros, que avaliam o seu trabalho como ótimo ou bom, segundo pesquisa Datafolha, Tite parece se sentir livre novamente.
Na Rússia, tentará levar o time à conquista do hexacampeonato e terá a chance de cumprir sua promessa na volta da viagem, sem escala em Brasília.
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