Comitê mantém exclusão da Rússia da Paraolimpíada de Inverno

Entidade disse que não irá rever a punição baseada na decisão do COI de reintegrar o país

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Paratletas russos participam da cerimônia de encerramento da Olimpíada de Inverno de Sochi, em 2014
Paratletas russos participam da cerimônia de encerramento da Olimpíada de Inverno de Sochi, em 2014 - Kirill Kudryavtsev/AFP
Edoardo Ghirotto
São Paulo

​O IPC (Comitê Paraolímpico Internacional, em inglês) declarou nesta quinta-feira (1º) que não irá rever a exclusão da Rússia da Paraolímpiada de Inverno, que será disputada a partir do dia 9, em PyeongChang.

À Folha, o IPC afirmou que a decisão do COI (Comitê Olímpico Internacional) de revogar a suspensão dos russos não afetará em nada na exclusão do país dos Jogos Paraolímpicos de Inverno. A pena havia sido aplicada em razão dos escândalos antidoping em que a Rússia se envolveu. 

"O Comitê Paraolímpico Russo ainda tem dois grandes requisitos para cumprir antes de ser reintegrado pelo IPC", disse o órgão.

Segundo o IPC, a suspensão só será revista quando houver um novo credenciamento da Rusada (Agência Antidoping da Rússia) pela Wada (Agência Mundial Antidoping). Em 2015, a agência da Rússia perdeu o registro por não estar em conformidade com o Código Mundial Antidoping, que vigora desde 2004.

O IPC também estipulou como condição a apresentação de uma resposta específica e adequada sobre as revelações presentes nos relatórios de Richard McLaren. Foi a equipe do professor de direito da Western University, do Canadá, que apresentou provas do envolvimento do governo russo no escândalo de doping deflagrado antes da Rio-2016.

Segundo os relatórios, mais de mil atletas russos se beneficiaram do sistema estatal criado para encobrir resultados de exames antidoping. O governo nega participação. 

NEUTROS

A Rússia foi banida pelo COI dos Jogos de PyeongChang por conta do escândalo de doping. Posteriormente, mais de 160 atletas do país foram autorizados pela entidade a disputar as provas de forma neutra, sob a sigla OAR (Atletas Olímpicos da Rússia, em inglês).

Os russos que competiram em PyeongChang passaram por testes internos e rigorosos do COI, a fim de comprovar que nunca se envolveram com doping. Eles foram proibidos de portar a bandeira russa e de cantar o hino do país nos Jogos.

O mesmo procedimento será adotado pelo IPC na Paraolímpiada de Inverno. Haverá uma cota de russos que terão a permissão para competir no esqui alpino, biatlo, esqui cross-country, snowboard e curling de cadeira de rodas. 

Eles serão selecionados pelo Comitê Paraolímpico Russo e terão de cumprir uma série de requisitos, como provar que foram submetidos a pelo menos dois testes antidoping nos últimos seis meses. Assim como os competidores da Olimpíada, os paratletas não poderão usar nenhum símbolo russo em PyeongChang. Eles vestirão uniformes com a sigla NPA (Atletas Paraolímpicos Neutros, em inglês).

REVOGAÇÃO

O COI decidiu revogar a suspensão da Rússia na quarta-feira (28), após a DFSU (Unidade de Esporte Livre de Doping, em inglês) confirmar que os exames dos atletas russos que ainda estavam pendentes tinham dado negativo para doping.

Dois russos estiveram entre os quatro atletas que testaram positivo para substâncias proibidas em PyeongChang

O atleta de curling Alexander Krushelnitski concordou em devolver a medalha de bronze conquistada nas duplas mistas devido ao uso de meldonium, uma substância utilizada como remédio cardíaco e que pode aumentar a resistência.

Dias depois, a atleta de bobsled Nadezhda Sergeeva foi flagrada em um exame antidoping por usar o estimulante trimetazidina. A Federação Russa de Bobsled afirmou que Sergeeva tomou a medicação por conta própria.

Um patinador japonês e um jogador de hóquei esloveno também foram flagrados no antidoping durante os Jogos.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.