Corinthians e Palmeiras decidem título com planejamentos distintos

Primeiro jogo da final do Campeonato Paulista será neste sábado (31), às 16h30, no Itaquerão

Rodriguinho durante o jogo entre Corinthians e Palmeiras, realizado em fevereiro, pela primeira fase do Paulista - Adriano Vizoni-23.fev.2018/Folhapress
Alex Sabino Luiz Cosenzo
São Paulo

Dois times fundados por imigrantes em São Paulo, Corinthians e Palmeiras têm apostado em caminhos distintos nos últimos anos. Os dois começam a decidir o Estadual neste sábado (31), às 16h30, no Itaquerão.

​É questão que vai além do aspecto financeiro, embora esse seja o mais visível. Contados os atletas utilizados no Paulista deste ano, o Palmeiras investiu R$ 129,6 milhões em contratações (sem contar luvas pagas ou comissões). O Corinthians, R$ 57,7 milhões.

Para resolver seu problema para a camisa 9, o Corinthians ganhou na loteria no final de 2016 ao contratar Jô de graça. Venceu o Estadual e o Brasileiro de 2017 em parte por causa disso. Quando o atacante saiu, Carille esperou por um substituto. 

Ainda espera.

O Palmeiras investiu em Borja em 2017 para resolver o mesmo problema. Então recém-eleito melhor jogador da América do Sul, o colombiano custou R$ 32,8 milhões.

Não é diferença vista em campo. Na temporada passada, o Corinthians conquistou dois títulos e o rival, nenhum. Mas de 2015 a 2016, o Palmeiras foi campeão da Copa do Brasil e do Brasileiro.

No único confronto entre os dois finalistas até agora em 2018, o Corinthians venceu por 2 a 0, no Itaquerão, pela primeira fase do Paulista.

 

BICHO PAPÃO

“O Palmeiras é o bicho-papão do futebol brasileiro. Nós vamos tentar ganhar como zebras”, disse o presidente corintiano, Andrés Sanchez, após a classificação na semifinal contra o São Paulo.

Jogar a responsabilidade para o adversário é uma das estratégias mais antigas do futebol. E nenhum palmeirense deu muita atenção.

“Ele está querendo tirar a responsabilidade do time dele. Palmeiras e Corinthians é um jogo especial”, respondeu o atacante Dudu.

O Palmeiras mudou seu patamar financeiro com as arrecadações dos jogos no Allianz Parque, inaugurado em 2014, e o patrocínio da Crefisa, que banca a maioria das contratações para a equipe.

O Corinthians tenta se acertar no financeiro, não pode fazer grandes investimentos no time e encontra problemas para pagar o Itaquerão, também inaugurado em 2014.

O clube do Parque São Jorge tem maior estabilidade na comissão técnica. De 2008 a 2015, o time teve apenas três treinadores: Adilson Batista (por cinco jogos), Mano Menezes e Tite. A ida deste último para a seleção quebrou esse ritmo com as passagens fracassadas de Oswaldo de Oliveira e Cristóvão Borges. 

A equipe reencontrou o caminho com a escolha de Fabio Carille no final de 2016. Ele era auxiliar técnico do clube desde 2008.

Desde que Carille foi anunciado, o Palmeiras teve quatro técnicos: Eduardo Baptista, Cuca, Alberto Valentim e Roger Machado.

Apesar das brigas internas, rachas e ameaças de impeachment, o mesmo grupo político governa o Corinthians desde 2008, sempre com Andrés Sanchez como líder.

O Palmeiras só encontrou paz interna em 2013, quando estava na Série B do Brasileiro, com a eleição de Paulo Nobre, agora afastado da agremiação por não concordar com o poder dado a Leila Pereira, face mais visível dos investimentos feitos pela Crefisa no futebol palmeirense.

 

Times divergem sobre números do clássico

Rivais na final do Campeonato Paulista pela sexta vez, Palmeiras e Corinthians divergem sobre os números do duelo que completa 101 anos de história nesta temporada.

Nas contas do clube alviverde, o time possui 129 vitórias, contra 126 do seu rival em 365 partidas.

Os números corintianos, porém, são diferentes. A equipe de Parque São Jorge diz ter 124 triunfos, contra 125 do rival, em 355 duelos já disputados.

De acordo com levantamento feito pela Folha, o duelo tem 125 vitórias do Palmeiras, 124 do Corinthians e 107 empates. 

A diferença nos números ocorre porque o Palmeiras leva em consideração confrontos válidos no Torneio Início e outros com jogos de duração menor do que os 90 minutos oficiais.

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