Do penta de 2002 ao 7 a 1, seleção brasileira encolhe no futebol alemão 

Brasil pode não ter um atleta que atua na Alemanha em Copas após 32 anos

Rafinha, lateral-direito do Bayern de Munique
O lateral-direito Rafinha, do Bayern de Munique, é o único brasileiro que atua na elite do futebol alemão que chegou a ser convocado pelo técnico Tite - Ronny Hartmann - 17.fev.2018/AFP
Fábio Aleixo
Moscou

Nunca neste século o futebol brasileiro teve tão pouco espaço na Alemanha como agora, após o 7 a 1. 

Pela primeira vez em 32 anos, a equipe nacional poderá não ter na Copa do Mundo um atleta que atua no país, dono da segunda liga mais rica do mundo, atrás apenas da Inglaterra, segundo estudo da Deloitte de 2017. 

 
Atualmente, 11 brasileiros atuam na primeira divisão do Campeonato Alemão.

É o número mais baixo desde 1998. Após o pentacampeonato, em 2002, contra a Alemanha, a quantidade de brasileiros na elite do futebol alemão teve seu ápice na temporada 2009/2010: 27 jogadores.

Dificilmente a seleção brasileira terá um jogador que atua em clube alemão. Apenas Rafinha, 32, lateral-direito do Bayern de Munique foi chamado por Tite até agora.

Ele atuou em dois amistosos em 2017. Na derrota para a Argentina por 1 a 0, jogou 17 minutos. No triunfo sobre a Austrália por 4 a 0, ficou os 90 minutos em campo. Depois, não foi mais lembrado. Em uma disputa direta aparece bem atrás de Fagner, do Corinthians, ou de Danilo, do Manchester City.

“Tenho expectativa de ir à Copa. Estou em um dos maiores clubes do mundo, jogando sempre, em minha melhor condição física”, diz Rafinha.

Cinco jogadores que estão na seleção que enfrenta a Alemanha nesta terça já atuaram no país:  Fagner, Geromel, Renato Augusto, Roberto Firmino e Douglas Costa.

Ucrânia com mais prestígio

Na geografia atual da seleção, até a liga ucraniana emplaca mais atletas.

Fred e Taison, do Shakhtar Donetsk, têm sido nomes constantes nas convocações de Tite e até o pouco conhecido Ismaily, do time ucraniano, foi lembrado após as lesões de Filipe Luís e Alex Sandro.  França e Inglaterra, especialmente por causa de PSG e Manchester City, deverão liderar a lista.

Dois jogadores que atuavam na Alemanha estiveram em campo pela seleção brasileira 7 a 1, no Mineirão: Dante e Luiz Gustavo. 

Os dois deixaram a Alemanha. Dante foi para o Nice Luiz Gustavo para o Olympique de Marselha. “Não tem nada a ver uma coisa com a outra [o 7 a 1 e a saída da Alemanha]. Depois da Copa do Mundo fiquei no Bayern, ganhei outros títulos, e fui bem no Wolfsburg [ALE]. É que sou aberto a tudo e adoro desafios”, afirmou o zagueiro.

Segundo Rafinha, alguns fatores explicam a ausência de brasileiros no futebol alemão atualmente.
“Tem a dificuldade de adaptação, o valor do jogador brasileiro e a nova maneira em que os alemães estão investindo em seu próprio futebol”, afirmou o lateral, que vive na Alemanha desde 2006, com uma curta passagem pelo Genoa, da Itália.

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