Descrição de chapéu Copa do Mundo

Goleiros de seleções reclamam da bola que será utilizada na Copa do Mundo

Contestações são parte de uma tradição que vem pelo menos desde o torneio de 2010

Goleiro espanhol De Gea testou a bola em jogo contra a Alemanha
Goleiro espanhol De Gea testou a bola em jogo contra a Alemanha - Odd Andersen - 23mar.2018/AFP
São Paulo

Os goleiros das seleções classificadas para a Copa da Rússia já começaram neste ano uma tradição que vem desde o torneio de 2010: reclamar da bola que será usada no Mundial.

A Telstar 18, fabricada pela Adidas, foi apresentada há quatro meses e recebeu elogios de atacantes. Após os amistosos das equipes europeias na quinta (22), quando a bola foi testada, os goleiros desaprovaram o modelo que será usado no torneio que começa em junho.

“É uma bola estranha”, reclamou David De Gea, titular da Espanha e do Manchester United (ING).

“Os goleiros vão ter muitos problemas. Não sabemos se é melhor que tenha mais ou menos pressão, então é o caso de que poderiam ter feito [uma bola] melhor. Ela é coberta por uma película plástica que dificulta que você a agarre”, analisou o reserva de De Gea, Pepe Reina.

Ele previu que acontecerão mais de 30 gols em chutes de fora da área na próxima da Copa do Mundo por causa das características da bola. 

Esta é uma reclamação comum desde 2010, quando a empresa alemã lançou o modelo batizado de Jabulani antes do Mundial na África do Sul. A bronca era com a trajetória que fazia em arremates de longa distância e de que era leve demais.

O então goleiro da seleção brasileira, Júlio César, hoje no Flamengo, chegou a compará-la com uma “bola de supermercado.”

“Desde o início a gente sentiu que era uma bola boa para chutar de longe e que o atacante que fizesse isso teria sucesso”, observou o uruguaio Diego Forlán, escolhido o melhor jogador do torneio. 

A Brazuca, nome dado ao modelo usado no Brasil, em 2014, também não foi sucesso entre os goleiros. Estes fizeram observações críticas parecidas às da Jabulani.

“As bolas são feitas para marcar gols. É uma bola que flutua demais, é muito rápida e dificulta a vida dos goleiros. Vai ser bom para quem estiver assistindo aos jogos”, disse o colombiano Ospina.

Ele sentiu isso na pele quando a competição começou. Levou um gol de falta de David Luiz nas quartas de final contra o Brasil em que não conseguiu calcular o tempo em que a bola chegaria até ele. A equipe de Luiz Felipe Scolari venceu por 2 a 1.

Nesta terça (27), as principais seleções classificadas para o Mundial na Rússia terão nova oportunidade de testar a Telstar 18. A data foi reservada pela Fifa para amistosos. Entre os principais, a Alemanha recebe o Brasil em Berlim e a Espanha enfrenta a Argentina, em Madri.

“A bola pode ser melhorada. Move-se muito. Mesmo que nem sempre se possa culpar a bola, se tem visto que é complicado para os goleiros”, avisa o goleiro alemão Ter Stegen, que deverá ser reserva de Neuer na Rússia.

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