Maior da Copa do Mundo, estádio não deverá lotar em partida da seleção

Ausência de Neymar e clima frio contribuíram para a procura por ingressos abaixo do esperado

Jogadores da seleção brasileira treinam no estádio Lujniki, em Moscou, na véspera do amistoso contra a Rússia
Jogadores da seleção brasileira treinam no estádio Lujniki, em Moscou, na véspera do amistoso contra a Rússia - Kirill Kudryavtsev/AFP
Fábio Aleixo Igor Gielow
Moscou

Palco de sete partidas da Copa do Mundo, incluindo abertura e final, o estádio Lujniki passará nesta sexta-feira (23) por sua segunda e última avaliação antes de receber Rússia e Arábia Saudita, em 14 de junho, data do pontapé inicial do Mundial.

Caberá ao Brasil participar do teste contra a seleção local, às 13h (de Brasília).

O estádio não deverá estar totalmente cheio. Segundo a União Russa de Futebol, são esperados cerca de 60 mil torcedores. A capacidade oficial é de 81 mil.

A ausência de Neymar e o clima frio —a previsão é de até -9°C na hora da partida, com chance de neve— contribuíram para a procura por ingressos abaixo do esperado, segundo Vladimir Karpovitch, diretor do departamento comercial da entidade.

Em Moscou, não há propagandas da partida, para a qual a entrada mais barata custa 1.000 rublos (R$ 57).

Na reinauguração da arena, em 11 de novembro de 2017, após uma reconstrução que levou quase quatro anos, a Argentina de Messi e a Rússia atuaram para 80 mil espectadores. Os argentinos venceram por 1 a 0.

Há três semanas, o presidente Vladimir Putin fez seu discurso anual em um ato de sua campanha vitoriosa à reeleição e levou quase 85 mil pessoas. Na ocasião, parte delas ficou no campo.

Se o estádio está pronto, o mesmo não pode ser dito de seus arredores. Vários canteiros de obras e construções cercam a arena, mas o impacto é apenas visual.

Em que pese não haver previsão de casa cheia, será ainda um grande público e o esquema de segurança colocado em prática para a partida pelas autoridades russas é o mesmo esperado na Copa do Mundo, com exceção da utilização do Fan ID (identidade do fã, usada para controlar o fluxo de visitantes e facilitar seu deslocamento).

Haverá diversos bloqueios no trânsito em volta da região e a melhor solução será chegar de transporte público. Há possibilidade de ir de metrô ou trem, com três estações servindo o Lujniki.

A dispersão de torcedores pós-jogo é algo que será posto à prova. No duelo entre Rússia e Argentina, quem estava no anel superior teve de esperar mais de 30 minutos dentro do estádio para poder ir embora sem que houvesse congestionamento nas ruas que levavam às estações.

“Após esse jogo fizemos uma análise minuciosa e acho que chegamos às conclusões certas. Mas testes servem para isso. Este jogo será um importante passo para que tudo esteja bem na Copa do Mundo”, disse à Folha Alexei Sorokin, CEO do COL (Comitê Organizador Local).

Representantes da Fifa também marcarão presença no amistoso desta sexta. Eles estão na Rússia para mais uma fase de inspeção às arenas que receberão os jogos.

Cerca de 800 voluntários que trabalharão no Mundial atuarão no amistoso.

O Lujniki é um estádio histórico. Inaugurado em 1956, levava até 1992 o nome de estádio Central Lênin, em homenagem ao fundador da União Soviética. Uma enorme estátua do ex-líder ainda dá as boas-vindas aos torcedores na entrada principal.

Entre os principais eventos sediados no estádio em suas diversas fases estão a Olimpíada de Moscou de 1980, a final da Liga dos Campeões de 2008, entre Chelsea e Manchester United, e o Mundial de Atletismo de 2013.

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